NOVOS MEIOS DEVERÃO ENTRAR EM OPERAÇÃO a partir de MAIO

Sonangol reforça-se na área do shipping com dois novos navios

INDÚSTRIA PETROLÍFERA. Baptizados com os nomes de ‘Sonangol Cazenga’ e ‘Sonangol Maiombe’, os dois navios foram construídos pela empresa DSME, da Coreia do Sul, elevando a frota da empresa para um total de 12 navios do género.

 

A petrolífera estatal Sonangol recebeu, na passada quinta-feira, dois novos petroleiros, do tipo Suexmax, com capacidade para transportar um milhão de barris de petróleo, elevando a frota própria para um total de 12 navios do género, informou a empresa, em comunicado.

Os dois navios, “Sonangol Cazenga” e “Sonangol Maiombe”, construídos na Coreia do Sul pela Daewoo Shipbuilding and Marine Engineering (DSME), foram entregues à Sonangol Shipping nos estaleiros de Okpo.

“A aquisição destes dois novos petroleiros está alinhada com a visão da nova Sonangol expressa no rigor e selectividade dos investimentos. O ‘Cazenga’ e o ‘Maiombe’ vão permitir que Angola, através da Sonangol, participe de forma activa, e lucrativa, no mercado internacional de ‘shipping’”, considera a presidente do conselho de administração da Sonangol, Isabel dos Santos, sem, no entanto, avançar o valor final do negócio.

No comunicado, a Sonangol salienta apenas que os navios representam “um custo menor do que o orçamentado”, entrando ambos em serviço entre Abril e Maio, fazendo nas viagens inaugurais “diversos transportes já fretados por empresas do Médio Oriente”, operados maioritariamente por tripulantes angolanos.

O anterior presidente da Sonangol, Francisco de Lemos José Maria, anunciou, em 2015, a encomenda à Coreia do Sul de dois navios petroleiros por 120 milhões de dólares, com possibilidade de construção de mais dois.

Para além da aquisição dos novos petroleiros, a Sonangol anunciou, em Março deste ano, que está também a desenvolver, com os seus parceiros internacionais, um novo modelo de negócio para rentabilizar dois navios-sonda adquiridos pela companhia na Coreia do Sul e que, brevemente, deverão entrar em serviço.

“A aposta da petrolífera neste tipo de estruturas operacionais surge na sequência dos bons resultados atingidos no passado com a operação dos navios “Pride Africa” e “Pride Angola” e traduz a aplicação de uma nova filosofia de desenvolvimento de conteúdo nacional, de promoção do investimento e estabelece as bases essenciais para a auto-regulação deste mercado específico, refere a empresa, em comunicado”.

A estatal petrolífera entrou em processo de reestruturação, após a tomada de posse, em Julho de 2016, de Isabel dos Santos como presidente do conselho de administração, tendo chegado ao final do ano com uma dívida total à volta de 9.000 milhões de euros (9,5 mil milhões de dólares).

Em Novembro do mesmo ano, a petrolífera estatal veio a terreiro anunciar que havia tomado medidas que permitiram poupar, até então, 240 milhões de dólares, tendo a empresa reforçado, em comunicado, que as poupanças foram feitas também com medidas de contenção de custos como o “cancelamento de contratos de shipping não prioritários”.

“O processo de transformação que vem sendo implementado desde Julho de 2016, sendo transversal a toda a empresa, possibilita a criação de um ambiente de negócios mais favorável, reduz os custos da produção e facilita o acesso a reservas de menor dimensão. Há assim condições para um melhor aproveitamento dos recursos através de práticas de operação de excelência de acordo com os mais elevados padrões internacionais”, enfatizou ainda a empresa, em comunicado.