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Morreu no mesmo dia de nascimento de Albert Einstein

Stephen Hawking, o génio da Física

ASTROFÍSICA. Britânico morreu na passada quarta-feira, aos 76 anos. Além de ser um dos cientistas mais conhecidos no mundo, Hawking era exemplo de determinação por resistir por muitos anos à Esclerose Lateral Amiotrófica.

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Stephen William Hawking, físico e pesquisador britânico, morreu aos 76 anos, a 14 deste mês, na sua casa, na Inglaterra. Hawking tornou-se num dos cientistas mais conhecidos do mundo ao abordar temas como a natureza da gravidade e a origem do universo. Também foi um exemplo de determinação por resistir muitos anos à Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), uma doença degenerativa, que só lhe permitia mover um dedo e os olhos voluntariamente.

A morte foi comunicada pela família. “Estamos profundamente tristes pela morte do nosso pai”, disseram os filhos Lucy, Robert e Tim. “Era um grande cientista e um homem extraordinário, cujo trabalho e legado viverão por muitos anos”, afirmaram.

Hawking nasceu a 8 de Janeiro de 1942, exactamente 300 anos após a morte de Galileu, e morreu na mesma data do nascimento de Albert Einstein (14 de Março de 1879).

VIDA E OBRA

No final da década de 1960, Stephen Hawking ganhou fama com a teoria da singularidade do espaço-tempo, aplicando a lógica dos buracos negros a todo o universo. Ele detalhou o tema no livro ‘Uma breve história do tempo’, best-seller lançado em 1988.

Hawking usava um sintectizador electrónico para falar. A voz robótica produzida pelo aparelho para expressar as ideias acabou tornando-se numa das suas marcas registadas em todo o mundo.

Para produzir a ‘fala’, o físico formava as palavras numa tela com o movimento dos olhos, também usado para movimentar a cadeira de rodas.

Com 21 anos, após uma queda de patins, foi-lhe diagnosticada esta doença degenerativa, que iria progressivamente paralisar os músculos. Segundo o médico, Stephen Hawking teria, no máximo, dois anos de vida.

Com 74 anos, disse que viveu mais do que esperava, mais do que a ciência previu. E continuava activo. “Sentir-me-ia condenado se morresse sem desvendar mais e mais do universo. Se não tivesse mais o que contribuir, suicidar-me-ia”, revelou à BBC, em 2015.

A morte medicamente assistida é ilegal no Reino Unido e Hawking foi um dos subscritores (e maiores impulsionadores) de um projecto de lei apresentado ao parlamento britânico que pedia a legalização do procedimento, concretamente a pacientes que não tenham mais do que seis meses de vida. Em 2014, durante o lançamento do filme inspirado na sua vida, ‘A Teoria de Tudo’, o cientista admitiu que, na década de 1980, tentou mesmo pôr termo à vida.

Hawking também será lembrado como pesquisador pela descoberta de que os buracos negros, pontos do cosmo tão densos que nem a luz lhes escapa, não são realmente negros quando explodem.

O físico estudou na University College, de Oxford, que também foi a faculdade do seu pai. Queria estudar matemática, enquanto a família queria que ele estudasse medicina. Como a matemática não estava disponível, escolheu física e formou-se em 1962.

Três anos depois, Stephen Hawking recebeu a primeira premiação de licenciatura em Ciências Naturais. Saiu de Oxford e foi para Cambridge fazer uma pesquisa de cosmologia.

Tornou-se doutor em cosmologia e trabalhou como professor de matemática na Universidade de Cambridge, onde era professor emérito – mesmo cargo ocupado por grandes cientistas como Charles Babbage, Isaac Newton e Paul Dirac. Hawking escreveu 14 livros, entre eles ‘O universo numa casca de noz’ e ‘Uma breve história do tempo’.

Teve três filhos. Casou-se pela primeira vez em 1965 com Jane Hawking e separou-se em 1991. Em 1995, teve o segundo casamento com a enfermeira Elaine Mason e divorciou-se em 2006.