Segundo estudo da Universidade da Califórnia, EUA

Em 25 anos, ?Árctico pode ficar sem gelo

 

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Pesquisadores estimam que zona glaciar possa ficar sem ?gelo a partir de 2044 por alguns períodos do ano, sobretudo Setembro. Reflexo solar nas águas do Árctico está a aumentar e a aquecer a água.

Em 25 anos, ?Árctico pode ficar sem gelo
D.R.

 

Um estudo recente da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA) publicada na revista Nature dá conta que o gelo marinho do Árctico corre o risco de desaparecer, por alguns períodos do ano, entre 2044 e 2067.

Os pesquisadores estudaram 23 modelos de degelo sazonal, entre 1980 e 2015, e compararam com dados retirados da observação de imagens satélite daquela região.

De acordo com os cientistas Chad W. Thackeray e Alex Hall, um dos factores que faz com que sejam diferentes as previsões sobre os efeitos do aquecimento global no gelo do árctico é a forma como é ponderado um dado: o ‘feedback’ do albedo. Esta não é mais do que a medida do efeito do reflexo da luz solar nas águas.  Quanto menos o gelo, maior a superfície escura do oceano a absorver a luz solar, o que faz com que água aqueça acelerando o derretimento do gelo marinho.

“O desaparecimento do gelo reduz o albedo da superfície, levando a uma maior absorção solar da superfície, o que amplifica o aquecimento e impulsiona ainda mais o derretimento. Esse ‘feedback’do albedo de gelo marinho  é um factor-chave das alterações climáticas do Árctico e uma importante fonte de incerteza nas projecções de modelos climáticos”, explicam na pesquisa, em que escolheram os modelos de estudo mais realistas, onde mais pesam os efeitos do albedo, e os que se verificaram mais fiáveis.

Há um ano, a União Geofísica Americana juntou imagens (em time-lapse, ou  câmara rápida) desde 1984 (ano em que as observações por satélite se tornaram mais confiáveis) e foi possível perceber o agravamento deste fenómeno ao longo das últimas décadas, com a superfície de gelo marinho a encolher e também o gelo a ficar mais fino.

O estudo da UCLA veio calcular datas mais precisas sobre o desaparecimento do gelo do Oceano Árctico, que poderá não ter gelo em algumas épocas do ano (Setembro, por exemplo, é um mês onde tradicionalmente há menos gelo marinho naquela região) algures entre os anos 2044 e 2067, daqui a 25 a 48 anos.