TROCAS COMERCIAIS DO I SEMESTRE

Angola e China recuperam quebra

COMÉRCIO. Petróleo representa cerca de 87% das trocas entre os dois países e 97% das vendas angolanas.

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As trocas comerciais entre Angola e a China, no primeiro semestre deste ano, recuperaram da quebra registada no período homólogo, quando recuaram cerca de 46% para 7,1 mil milhões de dólares, comparativamente aos 10,4 mil milhões do mesmo período de 2015.

Nos primeiros seis meses do ano em curso, as trocas comerciais cresceram cerca de 40,3%, passando dos 7,1 para 11,9 mil milhões de dólares. A manter a média mensal do semestre passado, as trocas comerciais do ano em curso superarão os cerca de 15,6 mil milhões de dólares de 2016.

Os cálculos são do VALOR com recurso aos dados das alfândegas chinesas que revelam ainda exportações angolanas no valor de 10,8 mil milhões de dólares, registando um aumento de cerca de 40,7%, face aos 6,4 mil milhões de dólares do primeiro semestre de 2016.

As vendas petrolíferas representam cerca de 96% das exportações angolanas para o país asiático e 87,3% das trocas entre os dois países. Totalizando 10,4 mil milhões de dólares, as vendas do petróleo registaram um crescimento de cerca de 61% face aos 6,4 mil milhões do mesmo período de 2016.

No período em análise, Angola foi o segundo maior fornecedor de petróleo à China, superando a Arábia Saudita, enquanto a Rússia foi o primeiro com cerca de 11,4 mil milhões. As vendas angolanas representaram cerca de 13% do petróleo comprado pela China.

Enquanto isso, a China vendeu para Angola, no primeiro semestre do ano, mercadorias acima dos dois mil milhões de dólares, o que representa um crescimento de cerca de 30%, quando comparado ao 693,7 milhões de dólares do período homólogo. Em 2015, registou-se o maior volume de vendas da China para Angola, com 2,1 mil milhões de dólares.

A balança comercial entre os dois países tem assim no petróleo o principal suporte, sendo favorável para Angola também pela exportação deste produto. No entanto, empresários chineses que operam no país acreditam tratar-se de um cenário que pode ser mais diversificado num futuro breve.É o caso de Chen Song, proprietário do Grupo Yewing e vice-presidente da Câmara de Comércio Angola China.

Para Chen Song, se forem ultrapassadas as barreiras que tornam o processo de exportação “ainda complexo”, rapidamente as exportações angolanas para a China “serão diversificadas porque Angola tem muito potencial”.

O empresário chinês revela que, em 2016, iniciou, por exemplo, a exportação de pequenas quantidades de produtos agrícolas, como frutas, madeira e café para a China, com receitas calculadas em cerca de 2 milhões de dólares.