China proíbe comércio de marfim
PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. Fábricas e revendedores de marfim licenciados pelo governo chinês devem fechar, dois anos depois de um acordo com os EUA. A China é responsável pelo abate anual de cerca de 30 mil elefantes africanos.
Foi na passada semana que entrou em vigor a lei que proíbe, quase que totalmente, a compra e a venda de marfim na China, um dos maiores consumidores mundiais de produtos com marfim.
Desde 31 de Dezembro, o comércio de marfim legal e governamental da China está proibido e todas as fábricas e comerciantes de escultura de marfim licenciados no país serão encerrados. A lei, segundo o ‘National Gegraphic’, entra em vigor pouco mais de dois anos depois do anúncio conjunto, em 2015, feito pelo presidente chinês, Xi Jinping, e do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.
A China é amplamente considerada o maior consumidor mundial de marfim, legal e ilegal, e tem grande responsabilidade sobre o abate anual de cerca de 30 mil elefantes africanos. No país, o marfim é usado para esculturas, bugigangas, hashis e outros itens.
De acordo com Gao Yufang, explorador da National Geographic e doutorando em Biologia de Conservação e Antropologia Cultural na Universidade de Yale, a proibição é uma mensagem de que “a vida dos elefantes é mais importante do que a cultura do marfim”.
Uma proibição internacional do comércio de marfim entrou em vigor em 1990, mas a China continuou a permitir vendas de marfim dentro das suas fronteiras. O ‘stock’ legal de marfim do país veio sobretudo de países africanos.
Em chinês, marfim é ‘xiangya’, que significa “dente de elefante”, o que levou muitos a acreditarem que o marfim pode ser retirado de um elefante sem causar dano. O Fundo Internacional para o Bem-estar dos Animais, sem fins lucrativos, fez uma pesquisa na China em 2007 e descobriu que 70% dos entrevistados não sabia que um elefante tem que ser morto para a retirada do marfim.
Redes criminosas
Um estudo do Fundo Mundial da Natureza (WWF, sigla inglesa) publicado no ano passado dava conta que o tráfico de marfim na África central se internacionalizou com o reforço das redes criminosas internacionais, principalmente chinesas. Segundo a organização, são três os factores que comprometem gravemente a luta contra o tráfico de marfim na África central: “a frágil governação, a corrupção e a evolução constante do comércio”. No entanto, o relatório revela que, na África central, os mercados domésticos abertos de marfim estão a desaparecer principalmente devido aos esforços de aplicação da lei e da concorrência.
No Gabão, por exemplo, as populações de elefantes de floresta, mais pequenos do que o da savana, do parque Minkébé no nordeste, na fronteira com o Congo e os Camarões, caíram quase 80% em uma década, segundo um estudo recente da Universidade de Duke, nos EUA.
No Norte da República Centro Africana, nenhum elefante foi observado, segundo o último recenseamento da ONG Widlife Conservation Society (WCS) divulgado em Julho.
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