ANGOLA GROWING
POR DÍVIDA COM OS FORNECEDORES EXTERNOS

Clientes da Movicel privados de chamadas internacionais

TELECOMUNICAÇÕES. Situação é consequência da dificuldade de transferência de 50 mil dólares. Operadora promete resolver brevemente o problema que se arrasta há meses.

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Os clientes da operadora de telefonia móvel Movicel estão, há mais de seis meses, impedidos de efectuar chamadas internacionais devido a uma dívida da operadora para com os parceiros internacionais, resultante da dificuldade de transferências bancárias.

A revelação foi feita ao VALOR pelo director-geral da companhia, Gianvittorio Maseli, sublinhando que a situação tem estado a provocar redução na margem de lucros da companhia.

Segundo o gestor, a operadora recorre, normalmente, a dois grandes operadores internacionais para estabelecer as várias conexões internacionais e são esses a quem não consegue pagar os serviços prestados. “A empresa não tem problema de liquidez, mas o banco não está a pagar aos fornecedores internacionais”, precisou Maseli, acrescentando que o valor da dívida “até é bastante irrisório para a dimensão da Movicel”, uma vez que se trata de menos de 50 mil dólares. O responsável da operadora vê, no entanto, “uma luz no fundo do túnel”, apontando que a situação pode ser resolvida nos próximos dias, face aos contactos que têm estabelecido com várias entidades governamentais e parceiros.

Admitindo tratar-se de uma situação “dramática”, o gestor acredita que seria pior se os clientes não tivessem, como alternativa, as chamadas com recurso às redes sociais, com destaque para o WhatsApp.

Fonte ligada ao universo das telecomunicações garante ao VALOR que “não é um problema exclusivo à Movicel”, citando como exemplo que, “até recentemente, os clientes da Angola Telecom também estavam privados de fazer chamadas internacionais por causa da dívida da operadora com um prestador internacional”. O VALOR tentou, sem sucesso, confirmar a situação junto da operadora.

Por outro lado, Gianvittorio Maseli negou a informação de que o VALOR dispunha, segundo a qual um número significativo de torres não funciona regularmente por falta de combustível, uma situação que supostamente concorre para a deterioração da qualidade do sinal.

“De um universo de 780 instaladas, 97% estão operacionais, segundo o relatório mais recente datado de 20 de Novembro”, garantiu, acrescentando que “as restantes não estavam funcionais por diferentes motivos, como a falta de energia da rede pública, avaria de geradores do prestador de serviços Anglobal, entre várias razões, mas nunca por falta de combustível”.

Segundo o relatório, em alguns casos, a culpa é atribuída à Angola Telecom, entidade com quem a Movicel tem acordo de partilha de infra-estruturas.

A Movicel possui 1,5 milhões de clientes, número que pretende duplicar até à chegada dos novos operadores, como definido no plano estratégico da empresa, já em implementação, segundo garantias de Gianvittório Maselli