EWS quer evoluir para operadora petrolífera
PETRÓLEO. Uma das poucas empresas nacionais na indústria petrolífera diz possuir tecnologia que reduz custos operacionais dos 18 aos cinco mil milhões USD. Questiona, no entanto, pouca abertura da concessionária.
A EWS, empresa angolana prestadora de serviço de assistência petrolífera, pretende evoluir para operadora nos próximos tempos, revelou ao VALOR o presidente da comissão executiva da companhia (CEO, na sigla em inglês).
Leonardo Teka Nganga indicou que a concretização aguarda apenas pela licitação de novos blocos pela concessionária Sonangol, sendo que “as condições técnicas, humanas e financeiras para a evolução para o grupo selecto de empresas operadoras de petrolíferas nacionais” estão asseguradas, como prevê o plano estratégico da companhia de médio e longo prazos.
Especialista no segmento da manutenção das linhas de produção, sobretudo no combate à corrosão, a EWS, segundo a sua administração, possui técnicas novas que permitem a redução dos custos operacionais das operadoras, actualmente à volta dos 18 mil milhões de dólares, para entre sete e cinco mil milhões de dólares, fruto de parcerias internacionais. A tecnologia, diz a empresa, dá maior garantia ao ‘pipeline’ e consiste em técnicas modernas de introdução de químicos e de colocação de ‘pipeline ‘subsea’, em águas ultraprofundas.
Nganga lamenta, entretanto, que, “apesar do potencial”, não encontre “muito espaço nem incentivo por parte da concessionária”, cuja política para as empresas prestadoras de serviço diz “não compreender”.
Sobre o desempenho financeiro, Venâncio Luís Sachibingo, administrador executivo da empresa, antevê que a EWS não atinja os “resultados esperados”, apontando para o défice financeiro, fruto de atrasos nos pagamentos já acima dos dois milhões de dólares, além do facto de alguns contratos firmados estarem em ‘stand by’.
Considerada uma das poucas empresas nacionais prestadoras de serviços na indústria petrolífera, a facturação da EWS recuou cerca de 46,6% para os oito milhões de dólares, em 2015.
Depois dos cerca de 15 milhões de dólares de receitas em 2014, os resultados da empresa viram-se afectados pela queda do volume de negócios das prestadoras de serviço na indústria petrolífera que, segundo cálculos oficiais, recuou 50% para os 10 mil milhões de dólares, no ano passado.
Com mais de 250 trabalhadores, a EWS possui vários espaços de apoio às operações de logística, contando um Luanda, na zona do ‘Quilómetro 30’, além de uma área de três mil mertos quadrados em Ambriz, no Bengo. Há quatro anos, iniciou o processo de internacionalização, com presenças nos Estados Unidos, Reino Unido e no Brasil, instalando unidades que dão suporte logístico à ‘empresa mãe’. Entre os principais clientes da empresa, encontram-se a Total, a BP, a Sonangol e a Somoil.
A empresa venceu a 28.ª edição do ‘London Quality Crown’ 2016, numa cerimónia que decorreu nos dias 19 e 20 de Novembro, na capital inglesa. O Prémio visa reconhecer o prestígio das empresas, organizações e pessoas de negócios no mundo da qualidade e teve a participação de empresas de 119 países, cinco dos quais africanos.
JLo do lado errado da história