Gastos das famílias concentram-se na alimentação, bebidas, serviços e transportes
PREÇOS. Tendência decrescente da inflação não se tem traduzido na redução do esforço financeiro dos consumidores com as despesas que têm a ver com a alimentação e bebidas não alcoólicas, que, por sinal, ainda contribuem em grande parte para o nível geral dos preços.

A inflação atingiu a taxa homóloga mais baixa dos últimos 23 meses ao fixar-se em 18,16%, em Setembro, uma redução de 0,72 pontos face ao mês anterior e 11,77 pontos em relação a Setembro de 2024.
A tendência decrescente não se tem traduzido, entretanto, na redução das despesas das famílias. Pelo contrário, tem implicado os mesmos esforços financeiros principalmente os que têm a ver com alimentação e bebidas, sem muito espaço para gastos com lazer ou cultura.
Mais de metade da inflação provem das despesas com “alimentação e bebidas não alcoolicas”, representando um peso de 61,38% na generalidade dos preços do mercado. É um cenário que persiste há anos, apesar da inflação, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), cair significativamente. O que implica que os consumidores têm gasto muito e de forma permanente em produtos alimentares. E, curiosamente, às vezes, gastam mais em produtos nacionais do que nos importados.
A significativa despesa com esta categoria leva os consumidores aabdicarem de outras que também contribuem para o bem-estar social, como por exemplo o lazer e cultura (com um peso de 1,47%) ou a aquisição de bens duradouros, no caso de habitação. Outra despesa impulsionadora da inflação são as ligadas aos bens e serviços, cujo peso subiu ligeiros 0,06 pontos percentuais ao corresponder 7,75% da inflação referente ao nono mês do ano. A despesa dos transportes também registou aumento de 0,24 pontos e fixou-se em 6,01%. O aumento desta despesa é influenciado ainda pelo reajuste efectuado pelo Governo, em Julho, na tarifa dos táxis urbanos na sequência da retirada da subvenção aos combustíveis.
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