ANGOLA GROWING
PREVISTA ESTRATÉGIA NACIONAL PARA AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS 2020–2035

Governo admite que o país está vulnerável aos efeitos negativos das alterações climáticas

SUSTENTABILIDADE. MCTA assume que potenciais efeitos nefastos das alterações climáticas impõem a necessidade de ajustar o modelo de desenvolvimento, tornando-o resiliente aos efeitos que, de forma colectiva, já não podem ser evitados. 

 

Governo admite que o país está vulnerável aos efeitos negativos das alterações climáticas

Angola é vulnerável aos efeitos negativos das alterações climáticas e há a tendência de o clima se agravar e intensificar, com o surgimento de cheias, secas, erosão dos solos e aumento dos níveis das águas do mar.

De acordo com a secretária de Estado para o Ambiente, Paula Francisco Coelho, a par destas alterações climáticas, existe também uma potencial probabilidade de afectar directamente o sector da agricultura, sendo essencial para o desenvolvimento do país, uma vez que as precipitações e a temperatura tendem a afectar as propriedades do solo e disponibilidade de água.

Durante a IV edição da mesa-redonda sobre o Clima-2020, realizada na passada semana, a dirigente revelou que o Executivo pretende aprovar uma Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2020 – 2035, como instrumento político nacional para orientar a acção climática a nível nacional a longo prazo.

“Entre outras prioridades, constam no documento a adopção de tecnologias compatíveis com os objectivos do Acordo de Paris, alinhada com os consensos internacionais sobre o desenvolvimento sustentável, incluindo a Agenda África 2063 e os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.” 

A implementação da Estratégia Nacional de Alterações Climáticas é, neste sentido, uma das prioridades do Plano Nacional de Desenvolvimento e define, como visão estratégica, uma Angola adaptada aos impactos das alterações climáticas e com um desenvolvimento de baixo carbono que contribua igualmente para a erradicação da pobreza.

“Os potenciais efeitos nefastos das alterações climáticas impõe-nos a necessidade de ajustar o nosso modelo de desenvolvimento, tornando-o resiliente aos efeitos que, colectivamente, já não podemos evitar”, referiu. 

Por seu lado, a embaixadora do Reino Unido em Angola, Jéssica Hand, que participou do encontro por videoconferência, disse estar ansiosa por colaborar com o Governo angolano no apoio aos esforços para "desenvolver políticas limpas e sustentáveis".

"Particularmente, para reduzir emissões e gerir melhor a gestão de resíduos, a redução do uso de plásticos, entre outros", afirmou.

A mesa-redonda sobre o clima, uma organização do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente (MCTA), em colaboração com a Embaixada Britânica e as Nações Unidas, teve como objectivo estabelecer uma plataforma de diálogo com os parceiros do Governo sobre as oportunidades de cooperação e colaboração em matéria de acção climática, assim como promover a troca de experiências e infra-estruturas, a segurança alimentar e energéticas do país e a saúde pública.