HOMEM, O ELO MAIS FRACO
Ao longo de 50 anos de Independência, Angola acumulou riquezas, oportunidades e potencialidades que poderiam ter transformado o destino do país. Mas há um elemento que, invariavelmente, tem falhado: o homem.
O mesmo homem que sonhou e lutou pela libertação, que construiu as estruturas do Estado e jurou servir o povo, é também ele que, década após década, se tem revelado o elo mais fraco da história.
Os governantes têm-se mostrado incapazes de transformar potencialidades em progresso. Administram um país rico com mentalidade de sobrevivência, confundindo poder com posse, mandato com herança.
Pior ainda, demonstram não compreender a transitoriedade da função que exercem. Governar deveria ser um acto de serviço, não de autoafirmação. O olhar continua preso ao umbigo e a política, em vez de instrumento de desenvolvimento, tornou-se palco de vaidades. As decisões públicas, mais do que reflectirem o interesse nacional, servem muitas vezes para consolidar círculos de influência, assegurar fidelidades e perpetuar desigualdades.
O homem governante tem sido o maior gargalo do país, mas também os governados falham. A indiferença, o medo e a complacência tornaram-se parte do nosso quotidiano.
O cidadão comum esqueceu que é o verdadeiro dono do poder e, por isso, o seu silêncio tem custado caro. Os governados precisam conceber que o país muda quando o povo exige mudança, não quando apenas a espera.
Há ainda um outro grupo, cuja omissão pesa tanto quanto a corrupção dos poderosos: os intelectuais e os empresários.
Aqueles que, pela instrução e pela influência que detêm, deveriam ser faróis de consciência e voz crítica, acabam muitas vezes a ser cúmplices do sistema que criticam em privado. Em nome de conveniências, contratos ou vaidades, preferem o conforto da neutralidade ao desconforto da verdade. E, paradoxalmente, são estes — os que mais poderiam — os que menos fazem. O silêncio destes está longe de ser simples omissão; é colaboração disfarçada, é pacto com o crime em troca de benefícios pessoais.
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