MOTOTÁXI
Iniciaram funções em Agosto

Novos funcionários do Ministério da Agricultura há dois meses sem salários, denunciam “má-fé” e falta de “transparência”

Vários funcionários admitidos este ano pelo Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF), após terem sido aprovados em concurso público, denunciam “má-fé” e a falta de pagamento de dois meses de salário.
 

Novos funcionários do Ministério da Agricultura há dois meses sem salários, denunciam “má-fé” e falta de “transparência”

De acordo com o grupo de trabalhadores, que foi ouvido pelo jornal Valor Económico sob anonimato por receio de represálias, o recrutamento de novos quadros começou em Maio de 2024, mas a formalização oficial da admissão ocorreu apenas a 13 de Maio do mesmo ano, através da Escola Nacional de Administração e Políticas Públicas (ENAPP) e do MINAGRIF.

Os contratos foram assinados no dia 13 de Agosto e vários funcionários foram “obrigados” a trabalhar no dia 14 do mesmo mês. Desde a data que iniciaram funções ainda não receberam salários e só recentemente foram integrados no sistema Integrado de Gestão Financeira do Estado (SIGFE). No entanto só vem inscrito um mês de salário, o de Outubro, para muitos, sendo que o início de funções começou em Agosto. "A nossa inscrição foi uma luta, exigiu muita pressão. Nem falam connosco, nem comunicam. Parecia que estávamos a pedir favores. Isso não é justo. E depois de estarmos inscritos, só querem pagar um salário, quando já estamos a trabalhar há três meses? É justo?", questiona um dos admitidos no Serviço Nacional de Sementes.  
Na tomada de posse receberam garantias da directora dos Recursos Humanos do ministério, Guiomar Vigário, de que começariam a receber os seus ordenados a contar desde a data do início de funções, isso a 13 de Agosto deste ano.  
Os trabalhadores sentem-se “defraudados” e “abandonados” e dão exemplos de outros concursos em outros departamentos ministeriais que não estão a passar pelos mesmos constragimentos.  
“Não é assim que os novos funcionários devem ser tratados. Somos jovens e devemos ser impulsionados. Já trabalhamos sem salários. Foi difícil. E agora percebemos que não teríamos direito ao pagamento do tempo em que trabalhamos? Muitos deixaram as suas províncias e os seus antigos empregos para começarem a trabalhar nos vários organismos do ministério. Foi difícil conseguir condições de acomodação. Agora é isto?”, questiona um técnico de terceira classe enquadrado na Huíla.  
O Valor Económico tentou contactar o Gabinete de Comunicação e Imagem para mais esclarecimentos mas sem sucesso.