O PREÇO DO ALMOÇO AMERICANO
Em Março de 2019, na sua edição número 152, o Valor Económico dava conta de um ultimato ao Governo de João Lourenço provindo dos Estados Unidos. O recado era simples e directo. Angola tinha de se afastar da China e da Rússia, se quisesse ver as portas americanas abertas. John Sullivan, então subsecretário de Estado dos EUA, foi o portador da mensagem fria e corrosiva da administração Trump. Não havia margem para interpretações. “Ou eles ou nós”. Só assim Angola poderia contar com apoio americano nomeadamente em matéria de recuperação de activos.
Alguma imprensa pública reagiu à matéria de forma mal humorada. Inventou factos e destilou impropérios de toda ordem contra o jornal, como se as declarações de Sullivan tivessem sido uma pura invenção. Mas o Valor Económico manteve-se sereno e insistiu com os alertas sobre os riscos de uma viragem diplomática para o Ocidente que implicasse o necessário afastamento do eixo chino-russo. Nessa altura, João Lourenço ainda conservava um discurso algo ponderado em relação ao tema. Todavia, já se manifestava de forma pouco diplomática contra o modelo da relação comercial com a China. Por vezes sem conta, João Lourenço usou o seu tom áspero para criticar a colateralização do petróleo angolano na negociação dos empréstimos chineses. E jamais teve a coragem de nomear as circunstâncias históricas que condicionaram a construção da relação com a China no pós-guerra imediato. Criticava com rispidez em termos muito circunstanciais como se, em 2003, Angola tivesse variadas fontes de financiamento ou como se tivesse poder negocial para impor a sua vontade.
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