IMPORTAÇÃO DE CARNE DE ORIGEM ANIMAL

Restrições angolanas terão “impacto” junto de criadores de animais norte-americanos

Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, sigla em inglês) considerou que as restrições anunciadas por Angola à importação de carne bovina, suína e de aves “terão um impacto significativo nos agricultores e criadores americanos”. 

Restrições angolanas terão “impacto” junto de criadores de animais norte-americanos

Numa publicação feita na segunda-feira, 7, através da rede social X, a agência norte-americana responsável por desenvolver e promover as políticas de comércio exterior dos Estados Unidos (EUA) destacou “10 práticas comerciais desleais” de vários países e que estão a ser enfrentadas pelos exportadores norte-americanos, incluindo o caso de Angola.

O USTR, que indica Angola como o 9º maior mercado para exportações de aves dos EUA no mundo e o maior mercado para aves dos EUA no continente africano, sustenta que as exportações dos Estados Unidos para Angola em 2024 foram avaliadas em 136 milhões de dólares.  

“Angola anunciou recentemente que restringirá as licenças de importação de produtos de carne bovina, suína e de aves a partir de 31 de Julho de 2025. Estas novas restrições comerciais terão um impacto significativo nos agricultores e criadores de gado americanos”, avalia.

O Ministério da Agricultura e Florestas, através do Instituto dos Serviços de Veterinária, comunicou em Fevereiro passado que serão proibidas importações de alguns produtos alimentares de origem animal, nomeadamente aves, suínos e bovinos. No documento dirigido aos “importadores de produtos e subprodutos de origem animal”, foi anunciado que “não serão emitidas licenças para importação de miudezas, partes de aves, suínos e bovinos”, enquanto existirem condições para a produção local dos referidos produtos, a partir de determinadas datas.

Trata-se de uma medida com a qual o Governo diz pretender fortalecer a produção interna e reduzir a dependência do mercado externo.

Na passada quarta-feira,2, num dia que apelidou de “Dia da Libertação”, o Presidente norte-americano, Donald Trump, impôs uma tarifa de 10% sobre as importações de 184 países e territórios, incluindo a União Europeia.

Além de Angola, os outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) abrangidos pela medida anunciada pelo Presidente norte-americano vão registar tarifas de 16% em Moçambique e 13% na Guiné-Equatorial, com os restantes (Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Timor-Leste) a enfrentarem tarifas de 10%, enquanto Portugal fica incluído sobre as que recaem sobre a UE.

Donald Trump anunciou tarifas de 20% a produtos importados da UE e que acrescem às de 25% sobre os setores automóvel, aço e alumínio.

Na publicação feita na segunda-feira, o USTR referiu ainda, entre outras, “práticas comerciais desleais” do Brasil para justificar a aplicação dessas tarifas.