TAAG “também é vítima” de escassez de cambiais
AVIAÇÃO. Companhia promete trabalhar para sanar a “elevada” dívida para com fornecedores e transformar-se em empresa rentável.
As Linhas Aéreas de Angola (TAAG) prometem continuar a implementar os mesmos planos de actividades para o alcance dos mesmos objectivos da antiga gestão da Emirates, disse a repórteres Rui Carreira, coordenador adjunto da comissão de gestão.
Liderada pelo antigo PCA da transportadora Joaquim Teixeira da Cunha, a comissão foi nomeada na sequência do rompimento do acordo pela Emirates, que alegou dificuldades de repatriamento das receitas em Angola, numa ´mistura´ entre as suas actividades comerciais e o contrato que a ligava à administração da TAAG.
“O plano de negócios continua o mesmo, os executores também”, disse Rui Carreira, também ele antigo administrador da TAAG, antes da vigência do acordo com a operadora dos Emirados Árabes Unidos.
“Tudo o que era dantes vai continuar, nada será interrompido. O processo de reestruturação continua”, observou o piloto de carreira.
Deste modo, segundo o responsável, a empresa promete continuar a implementar reformas para manter “os mesmos níveis de melhorias que a TAAG vinha estando a mostrar ao longo dos últimos anos”.
O coordenador adjunto falava a jornalistas após a apresentação da nova equipa de liderança aos directores de “primeira e segunda” linhas da transportadora nacional pelo ministro dos Transportes, Augusto da Silva Tomás.
A lista inclui vários nomes estrangeiros. “Todos os administradores expatriados que faziam parte da equipa anterior continuam a fazer parte da nova equipa, tirando o senhor Peter Hill”, referiu Rui Carreira.
Entretanto, a empresa considera de “ falsas” as informações de que a mesma deve 300 milhões de dólares à Emirates.
O que existe, diz Carreira, são as “dificuldades cambiais” no repatriamento de capitais, referente às receitas e lucros, que a Emirates enfrenta, tal como acontece com outras operadoras, incluindo a própria TAAG.
O porta-voz notou ainda que a empresa contraiu uma dívida de “valor elevado” com os seus fornecedores estrangeiros. Logo, o problema de que se queixa a Emirates, também a transportadora nacional é “vítima”, e deve-se à escassez de divisas que assola o país desde a queda do preço do petróleo no mercado internacional.
A TAAG esteve sob gestão da Emirates durante pouco mais de um ano, com o propósito de tornar a empresa rentável sob gestão de Peter Hill, o primeiro não-angolano a liderar a empresa.
E iam no bom caminho. Pela primeira vez, a TAAG registou poupanças de 99 milhões USD, considerado “obra” para uma companhia que nunca gerou lucros desde a sua criação, pouco depois da independência, no longínquo 1975.
“A Sonangol competia só com as empresas estrangeiras. Agora está a competir...