Alves da Rocha

Alves da Rocha

Economista e director do CEIC/UCAN

A diversificação é uma totalidade social e sociológica. Vê-la e analisá-la do estrito ponto de vista económico/estatístico e das políticas públicas nos domínios da agricultura e indústria é um erro. A diversificação dos tecidos económicos e das matrizes produtivas é um processo de transformação dos diferentes elementos da FORMAÇÃO SOCIAL de cada um dos países, onde se inserem as forças produtivas, as relações de produção e os modos de fazer a produção acontecer. É um processo de transformação de mentalidades que facilita e promove a ocorrência de alterações nas bases e nas superestruturas dos sistemas económicos e sociais. Por isso, a educação é o factor decisivo, porque é por seu intermédio que se transformam as mentalidades e se criam as elites de empresários/gestores e de trabalhadores de elevados índices de capital humano.

Angola tem um dos padrões mais desiguais de distribuição do rendimento e é citado como “um dos exemplos mais acabados” de um cenário em que a actividade das empresas do Estado se esconde por trás de um sistema financeiro opaco, não cumpre regras mínimas de transparência e beneficia figuras públicas ou políticas.

As reflexões e preocupações de momento, mesmo que ainda tenham como foco central as eleições de 24 de Agosto, deslocaram-se para o funeral do Presidente José Eduardo dos Santos e da apropriação do seu legado político.

O sistema de educação (e formação) é uma componente do sistema socioeconómico do país. Se bem que nenhum deles se possa considerar subordinante relativamente ao outro – dadas as mais do que evidentes sinergias, articulações e interligações entre si e já devidamente validadas e confirmadas por inúmeros estudos empíricos – creio, porém, que o sistema económico e a dinâmica de crescimento e modernização que se conseguir imprimir no futuro desencadearão efeitos muito importantes sobre a performance do sistema de ensino, e particularmente pelas vertentes da produtividade e dos salários.

Tal como entre abertura das economias e aumento do produto interno bruto é vulgar estabelecer-se uma relação de conectividade/reforço mútuo, mesmo passível de econometrização (tentando-se torná-la universal), igualmente determinadas correntes doutrinárias passaram a apresentar estudos e algumas evidências empíricas sobre o reforço do crescimento económico para além dos factores produtivos e da sua combinação nos processos de produção, quando a democracia aparece como uma prática política transparente e recorrente. Ou seja, quanto mais democracia, maiores serão os impulsos no crescimento económico e mais significativas as melhorias nos padrões de desenvolvimento social.