Evaristo  Mulaza

Evaristo Mulaza

Podemos afirmá-lo com grau relativo de certeza. É improvável que algum dia se chegue ao custo real do total da operação diplomática que tenta/tentou trazer o Presidente dos Estados Unidos a Angola. Até porque, por razões de simples honestidade e de verificação dos factos, é preciso separar as águas. 

As notícias não deixam dúvidas. Os números também não. Angola está com dificuldades sérias para atrair investimento estrageiro. Diferente das lentes que usa o Governo do Presidente João Lourenço, a dos investidores estrangeiros dizem que Angola ainda não é bom um país para investir. Que não há um bom ambiente de negócios. Vamos repeti-lo: nãos somos nós, são os números que o dizem. 

Com o seu habitual aspecto monocórdico, mas com o rosto ainda marcado pela serenidade de quem gozava do benefício da dúvida da maioria dos angolanos, João Lourenço disse, à portuguesa RTP, em Março de 2019, que, em Angola, não existia fome. “Em termos de fome, por exemplo, não se pode dizer que existe fome em Angola”, sentenciou o Presidente com uma frieza perturbadora. 

Isto não é uma referência ao aclamado thriller homónimo do historiador e escritor norte-americano Tom Clancy. Não se trata de ‘A Soma de Todos os Medos’. É a hora de todos medos. Não é a sinopse de um filme de ficção de Hollywood. É a realidade angolana em estado sólido. Angola está na hora de todos os medos. Raras são as excepções. O país tresanda a medo.