Evaristo  Mulaza

Evaristo Mulaza

Esqueçam o Magic Kingdom e o Disneyland Park. Não se iludam com o Disneyland Paris ou com o Disneyland Toquio. Ignorem também os grandes parque temáticos na China, em Espanha ou nos Emirados Árabes Unidos. Por seu exclusivo (de)mérito, Angola acaba de reclamar o posto de maior parque de diversões do mundo. É o maior parque temático a céu aberto com impressionantes 1.246.700 quilómetros quadrados.

Vamos directos ao assunto. As incertezas geradas pelo regresso de Donald Trump à Casa Branca, no caso angolano, não começam nem terminam no Corredor do Lobito. Concentrar a discussão neste ponto é uma forma ingénua ou intencional de se desviar da questão de fundo. Ninguém melhor do que o Presidente João Lourenço sabe disso.

15 Jan. 2025

CARTÃO VERMELHO

Na primeira edição de 2024, o Valor Económico recenseou 24 desafios entre os mais importantes que a equipa de João Lourenço teria à frente ao longo de 12 meses. O critério do número foi justamente o ano: 24 desafios para 2024. 

18 Dec. 2024

A escolha do ano

A escolha da Personalidade do Ano de 2024 recai sobre João Lourenço. É a terceira vez que o Presidente da República e do MPLA reclama esta posição, nestas nove edições consecutivas em que o Valor Económico faz este exercício. Como já o escrevemos no fecho do ano passado, pela sua regularidade e consistência, a Personalidade do Ano escolhida pelo Valor Económico é a iniciativa do género mais experimentada na imprensa angolana.

“Em qualquer sociedade onde o Estado é o grupo que capturou o poder, a sociedade não vive bem. Essa é a realidade que temos em Angola.” A frase não é nossa. É do reverendo Daniel Ntoni-a-Nzinga, conhecido lutador pelas causas essenciais do país e intransigente defensor da justiça. Disse-a a propósito de uma reflexão aturada sobre as causas profundas da pobreza, da miséria e da fome, na grande entrevista desta semana do Valor Económico. O revendo não tem dúvidas. Todos os argumentos que tentam explicar a fome que envergonha os angolanos com sensibilidade e decência desaguam numa questão central. O Estado está capturado por um grupo bem identificado. E não há Estado capturado que trabalhe para e pela população. Quando é assim, na verdade, os papéis invertem-se. É a população que trabalha para os capturadores do Estado. Colocar o pensamento a este nível é qualquer coisa a que se chama lucidez e tudo o resto que se aproxime do patriotismo e da honradez. Abordar as causas últimas da fome e da miséria sem associá-las de forma íntima à natureza do regime, no nosso caso, é manipulação grosseira, é ignorância pura, é batota deslavada.