Stéphane Doppagne, o embaixador do Reino da Bélgica em Angola, apontou a realidade dramática sobre o investimento estrangeiro à vista de todos. Ou seja, de quase todos, já que aparentemente o Governo se recusa a enxergá-la. A mensagem, na entrevista ao Valor Económico na semana passada, é inequívoca. Os investidores belgas, apesar de reconhecerem potencialidades no país, não estão dispostos a arriscar o seu capital em Angola. Verbalizam, curto e grosso, que o nosso país não tem condições para atrai-los. Stéphane Doppagne preocupou-se em restringir-se aos investidores do seu país. É diplomaticamente compreensível que o tenha feito. A verdade, todavia, é que não há nada que tenha dito a respeito que não tivesse sido já alertado por outros representantes diplomáticos do Ocidente. Com rigor e frieza, o embaixador belga até foi condescendente. Ficou-se pelos riscos de natureza económica entre os de cariz estrutural e os de dimensão conjuntural. Instabilidade cambial, acesso restrito às divisas, dificuldades de repatriamento de capitais, diferença de cultura empresarial, etc... etc...
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