Evaristo Mulaza

Evaristo Mulaza

A faltarem ainda dois anos e meio para completar o segundo mandato, o relatório da governação de João Lourenço está praticamente concluído. É um amontoado de ficheiros e pastas borrados de escrita, entretanto resumíveis numa única folha de tamanho A4. Até porque, como provavelmente diria o próprio, o que não fez em benefício dos angolanos em sete anos e meio, certamente não fará em pouco mais de dois anos. 

PODER. Constituição e estatutos do MPLA determinam que João Lourenço estará inevitalmente afastado da liderança do país e do partido, depois de 2027. Estatutos fixam que o actual líder dos ‘camaradas’ não pode avançar com alterações num congresso extraordinário para apresentar-se como candidato à liderança do partido dentro de dois anos. 

EXCLUSIVO. Impossibilidade de alteração da Constituição, conjugada com norma estatutária que impõe o presidente do partido como o candidato a Presidente da República, coloca João Lourenço em situação de inelegibilidade na reunião magna dos camaradas que antecede a disputa eleitoral de 2027. Constitucionalistas, politólogos e sociólogos validam interpretação do Valor Económico sobre o artigo 120º dos estatutos vigentes do MPLA. 

Convidado do programa ‘Essencial Entrevista’ da Rádio Essencial, emitido esta terça-feira, 20, Manuel Homem respondeu sobre o ‘choque’ entre os organizadores da manifestação do último sábado, 17, e o Governo Provincial de Luanda e explicou, ao detalhe, alguns dos temas centrais que se colocam sobre a mesa do seu gabinete na Mutamba, com destaque para o programa de reordenamento do comércio. Indiferente às críticas da Aniesa que acusa o governo provincial de falta de competência para encerrar armazéns, Manuel Homem garante que o plano é para continuar, com o foco na retirada dos grossistas dos espaços urbanos. Sobre a tentativa de corrupção que o próprio denunciou publicamente, não se compromete com uma apresentação formal de queixa às autoridades e não se esquece de lembrar, quanto ao ordenamento da capital, que Luanda sempre teve, a todo momento, um plano de urbanização.

FINANÇAS PÚBLICAS. Ministro de Estado e da Coordenação Económica colocou a dívida pública nos 72,6 mil milhões de dólares em 2019, contra os 71,9 apresentados pelas Finanças. Departamento gerido por Vera Daves esclarece que diferenças se devem a actualizações de itens como o câmbio e amortizações.