Valor Económico

Valor Económico

Director do sistema de pagamento do banco central, CEO da EMIS e demais gestores de startups são convidados a discutir, nesta Quarta-Feira, 28, a ‘transformação digital na banca’. Organização justifica encontro com a preocupação dos bancos em implementar soluções tecnológicas que reduzam custos operacionais.

Revolução digital na banca

Um fórum sobre ‘transformação digital na banca’ é realizado amanhã, 28, em Luanda, e vai juntar altos quadros do sistema bancário e vários de sectores não bancários, com destaque para as presenças do CEO da Empresa Interbancária de Serviços (EMIS), José Gualberto Matos, e do director do departamento do sistema de pagamentos do Banco Nacional de Angola (BNA), Edgar Bruno.

Organizado pela revista ‘Economia e Mercado’, o certame espera ainda reunir gestores de empresas em início de marcha, as também designadas 'Startups', como é o caso do CEO da Soba E-Store, Cláudio Kiala, além de representantes da banca privada, dos ministérios, empresários, académicos e jovens empreendedores.

De acordo com a organização, a razão do tema em debate cinge-se no facto de já haver uma preocupação dos bancos angolanos com os elevados custos operacionais, que consideram que uma das formas de reduzir as despesas é apostar em soluções tecnológicas, ou seja, na banca digital.

O fórum terá lugar no Hotel Trópico, em Luanda, e está previsto para 8h30.

Estão restabelecidas as chamadas internacionais na Movicel, passados quase um semestre privada do serviço. Solução deriva de acordo de parceria com congénere local. Administração não avança quanto a companhia móvel desembolsou para solucionar avaria, nem com qual entidade nacional das 'Telecoms' fechou acordo.

Movicel restabelece chemadas interncionais site

Um acordo de parceria entre a Movicel e uma congénere das telecomunicações nacional ajudou a desbloquear, no último fim-de-semana, a limitação de chamadas internacionais aos clientes da operadora móvel, que ficaram quase um semestre privados deste serviço. A solução foi avançada ao VALOR pelo director-geral da empresa, Gianvittorio Maseli.

O gestor não diz com qual entidade do ramo das ‘Telecoms’ nacional chegou a acordo. Entretanto, fonte ligada ao processo garante que foi com a Angola Telecom, operadora de rede fixa, que a Movicel fechou negócio para a retoma dos serviços de chamadas para o exterior.

A solução surge 24 horas depois de o VALOR ter noticiado, na sua edição impressa (nº137), que a companhia ficou privada do serviço por dívida de 50 mil dólares a dois prestadores de serviços internacionais.

“O regresso à normalidade foi possível devido à adopção de uma parceria local com uma empresa do ramo”, destacou Maseli, que, no entanto, não detalha quanto foi necessário, em dinheiro, para dar solução ao bloqueio de chamadas internacionais.

Gianvittorio Maseli sublinha ainda que a operadora recorre, “normalmente”, a dois grandes operadores internacionais para estabelecer as várias conexões internacionais a quem não consegue pagar os serviços prestados. “A empresa não tem problema de liquidez, mas o banco não está a pagar aos fornecedores internacionais”, explicou Maseli.

Este gestor lembra ainda que o valor da dívida “até é bastante irrisório para a dimensão da Movicel”, apontando para os 50 mil dólares em dívida a prestadores de serviços.

Apesar disto, a empresa “continua à espera que o banco desbloqueie a questão das transferências, por forma a honrar com os compromissos financeiros com os seus parceiros” mesmo tendo já tenha ultrapassado a falha técnica limitava a “plena prestação de serviços” aos clientes.

A Movicel possui 1,5 milhões de clientes, número que pretende duplicar até à chegada dos novos operadores, como definido no plano estratégico da empresa, já em implementação, segundo garantias de Gianvittório Maselli

Desvaloriza a troca de ‘galhardetes’ entre o Chefe de Estado e o seu antecessor e considera mais importante traduzir as palavras em acções práticas para o benefício da população. O brigadeiro na reforma defende ainda uma nova Constituição, que leve os deputados a fiscalizar o Governo.

thumbnail Manuel Correia de BarrosCeeiacentro de estudos estrategicos de angola201811223630

A recente troca de palavras entre o Presidente João Lourenço e o seu antecessor, José Eduardo dos Santos, não põe em causa a estabilidade política?

Essas lutas políticas não são importantes. Parecem-me mais relevantes as promessas do novo Presidente que devem ser traduzidas na prática. As pessoas não podem esperar eternamente pelos resultados. Se assim for, não será bom para a sua imagem.

Que avaliação faz do processo de transição do poder?

A transição foi feita ao nível do MPLA, mas isso não chega. Os poderes do Executivo são muito grandes e estão exclusivamente nas mãos do vencedor das eleições. Acho que isso não é benéfico. Há que mudar as mentalidades. Estou convencido de que, para o melhor desenvolvimento do país e fim das crises, terá de se mudar a Constituição. Para isso, é crucial a fiscalização da acção governativa. Os ministros devem deslocar-se regularmente à Assembleia Nacional para dar conta do desempenho do Governo. É assim em muitos países do mundo. Aliás, o Parlamento deve ser um órgão de controlo do Executivo e servir apenas para aprovar leis.

Há quem defenda que o Presidente da República deveria visitar Portugal quando foi à França ou à Alemanha por uma questão de custos. É da mesma opinião?

Acho que se deveria pensar em périplos para reduzir os custos, mas, nestas coisas, contam muito as agendas dos países de destino. Mas se deve pensar nisso com alguma profundidade, porque as despesas dessas viagens, na verdade, ficam muito onerosas aos cofres do Estado.

E como analisa a situação económica?

É complicada. A herança do governo anterior não é de todo brilhante. Mas, além disso, sou pouco optimista quanto à definição do preço do petróleo que, nos últimos meses, tem vindo a diminuir, estando abaixo daquilo que tinha sido previsto para o Orçamento Geral do Estado. Se a coisa já está muito complicada, mais ficará, por exemplo, em termos de vencimentos da função pública e da vida da maioria da população.

Perante esse quadro de complicações, qual é a saída?

Esperamos que não se complique tanto a vida do cidadão, mais do que está pela má situação financeira. Se há algumas ideias para facilitar a vida, a aposta deve ser na agricultura e na autonomia do sector privado.

Acredita em mudanças?

O país precisava de mudanças porque são necessárias, mas sabemos que nem tudo é fácil do ponto de vista da concretização. Essas mudanças não devem ser bruscas. É preciso algum tempo porque a situação é bastante crítica. Não se consegue fazer coisas em 15 dias. Esperamos que muitas das coisas prometidas sejam, na prática, cumpridas num horizonte razoável.

Que opinião tem sobre a ‘Operação resgate’?

É preciso ter muito cuidado com essas operações. Antes de avançar para acções como esta é preciso, primeiro, criar condições para continuar a sua actividade. As zungueiras desempenham e sempre desempenharam papel fundamental no país. Facilitam, com esse comércio informal, a vida a muitas pessoas. Andar por aí a correr essa gente das ruas com violência não é solução.

Qual é a solução?

A solução passa por formalizar a informalidade, mas tratar de documentos demora. Aliás, nenhum desses zungueiros está em condições de legalizar a sua actividade em menos de 30 dias por causa da burocracia. É preciso criar mecanismos para que sejam inseridos nos mercados e paguem, a posterior, a sua entrada nestes espaços e consigam a legalização conforme os rendimentos da sua actividade. Obrigar que paguem logo à entrada a preços altíssimos não nos leva a lado nenhum.

Acredita no sucesso da luta contra a corrupção e da lei do repatriamento de capitais?

É preciso ver que o problema da corrupção é transversal e não é apenas de Angola. Há que criar condições para combater esse fenómeno que existe em todo o mundo. É preciso acabar com essa prática a todos os níveis, mas, na verdade, não creio que a maka do retorno do dinheiro seja concretizada até Dezembro.

Porquê?

Esse dinheiro ilicitamente transferido para o estrangeiro dificilmente pode ser recuperado. Esses recursos financeiros estão domiciliados em bancos e esses não estão, de nenhum modo, interessados em enviá-los para Angola. O que tem de ser feito é evitar que isso se repita, que haja novos desvios de fundos públicos. Por outro lado, há que criar condições para que quem roubou seja julgado e condenado ao se concluir que assim o fez. Quem ganhou correctamente, pagou impostos e levou o dinheiro lá fora, porque as condições eram mais atractivas, deve ser acarinhado.

Há receios de que a crise económica pode juntar-se à política. Concorda?

As pessoas acreditam que isto pode mudar, mas, como já disse, não é bom fazer promessas. Estão a ser feitas promessas a mais para curto prazo. É preciso dizer que, para chegarmos a determinado ponto, precisamos de algum tempo. Temos de criar condições para que as pessoas comecem a melhorar o seu nível de vida, reduzir o desemprego, pôr a funcionar um bom sistema de educação e de saúde. Ao contrário, isso pode provocar descontentamento generalizado.

Mas há urgências de curto prazo...

Vamos ter de sofrer por mais algum pouco. Mas, sim, o mais importante é definir o que se pode fazer a curto prazo. Eu insisto, por exemplo, na burocracia, que é um destes problemas que deve ser resolvido com urgência.

Quanto tempo acha necessário para que as promessas se concretizem?

É devagar que se chega ao longe. Dizer que vamos lutar contra a corrupção, contra isto ou aquilo é difícil. Mas as pessoas devem sentir que algo se está a fazer. Resolver todos os problemas do país no mandato do Presidente João Lourenço é totalmente impossível.

Até 2022, o país arrisca-se a uma dinâmica de baixo crescimento. Chegar a uma fasquia de dois dígitos é uma miragem. Quer comentar?

Não se pode esperar um crescimento notável na actual conjuntura de incertezas do preço do principal produto de exportação, o petróleo. Quem governa deve dinamizar a economia. É preciso diminuir as importações de produtos básicos. Criar condições para que tudo o que for produzido em Angola sirva o país e depois a exportação. Quem está na agricultura deve sentir que vale a pena lá estar. Se produzir e ficar com os produtos em mãos sem possibilidade de escoar para os grandes centros de consumo, onde também podem ser transformados, não teremos hipóteses.

Em relação à aposta na agricultura, parece haver mais discursos do que uma aposta séria na produção em quantidade e qualidade…

Este é o problema que se coloca. Não devemos continuar a falar de mais. Já está provado que as empresas estatais não funcionam. Há que facilitar a vida a quem queira investir neste sector e criar condições de sustentabilidade do campo para que o camponês fique mesmo na sua aldeia ou na comuna com bons postos de saúde, escolas primárias, energia eléctrica e água. Nada de planos globais que depois não dão resultados.

Continua a defender uma política regional do petróleo no Golfo da Guiné?

Há que ter uma política de protecção. Há determinados cânones que são comuns a todos. Por exemplo, o papel da OPEP é fundamental para estudar a forma de conseguir preços melhores sem prejudicar a produção. O preço de venda do petróleo não deve ser muito baixo. A nossa produção do crude ‘offshore’ é muito onerosa. Logo, conta também a intervenção das próprias empresas que podem olhar para mercados onde devem explorar. É bom que as empresas estrangeiras se sintam confortáveis e não fujam para outros países. Isso tem de ser pensado. Tem de haver planos que devem ser bem lavrados de acordo com a realidade existente. Daí a nossa ideia da criação desse modelo de concertação à guisa da OPEP, no Golfo da Guiné. A ideia mantém-se e pode ser concretizada.

O nosso mar é profundamente desconhecido…

Não é um caso específico de Angola. Na maioria dos países africanos, não há mentalidade de que o mar é um importante recurso económico. É preciso ver que mais de 90% das nossas importações e exportações são feitas por via marítima. Então é preciso criar mecanismos fáceis e seguros para a utilização dessa via. Digo seguro porque, se a via não estiver segura, os preços dos produtos sobem.

Pode dar um exemplo?

Se o navio vem do exterior para desembarcar em Luanda, mas tem de esperar 15 dias para que haja lugar para descarregar, quem paga a demora acaba por ser o consumidor final. Havendo acções de pirataria, também acontece o mesmo porque o preço dos seguros para os navios aumenta e sofre igualmente o consumidor. Por outro lado, o mar é fonte de rendimento já que a maioria do petróleo é ali explorada. Além de ser um recurso importante para a pesca e o desenvolvimento da aquicultura, o mar também pode ser aproveitado para a produção de energia limpa e com a vantagem de que as marés são constantes. Logo, temos de pensar na segurança marítima.

Nos nossos portos, o tempo de espera é muito longo?

Não tenho números, mas é de muitos dias e isso custa muito dinheiro.

Porque os portos têm problemas de equipamentos quando, pelo mundo, já se fala de sistemas electrónicos de alinhamento de navios...

Exactamente.

Qual a sua opinião sobre o sistema de ensino?

Falta muita coisa porque ainda há muitas crianças fora do sistema. Mas o grande problema é a falta de professores de qualidade. Eles devem passar por boas escolas e não criar tantas universidades. Apostemos na instrução primária que tem de ser feita da melhor forma possível. É fundamental, a universidade vem por acréscimo. Temos de apostar na formação profissional que é fundamental para o desenvolvimento económico do país.

Em 2020, arrancam as autarquias?

Sendo que os problemas dos municípios são muito diferentes em todo o país, acho que o processo de desconcentração e descentralização deve ser gradual, mas a olhar para as especificidades locais quer em termos de recursos humanos, quer naturais.

Olhemos para o CEEA. Que balanço faz, 17 anos depois da sua criação?

Ficámos sem sede, porque o prédio onde trabalhávamos, no Kinaxixi, se dizia que estava a cair. Como se não bastasse, de seguida, faleceram duas figuras principais do CEEA, o presidente do conselho geral, general João de Matos, e o presidente do conselho executivo geral, também general, ‘Ita’. Isso complicou, em certa medida, a actividade. Para piorar, o centro foi considerado instituição de utilidade pública, mas, até hoje, nunca beneficiou financeiramente do Estado. Não temos funcionários em tempo integral, recrutámos quadros ‘sazonais’ em função da especificidade do trabalho. De todas as formas, no princípio do próximo ano, vamos realizar uma assembleia-geral para definir a futura direcção. Estou animado porque temos jovens com formação e capacidade que olham para o centro como uma oportunidade de desenvolvimento das suas ideias.

Sem sede e recursos financeiros, como sobrevive o CEEA?

Nunca trabalhámos de borla. Todos os trabalhos que fazemos são pagos. Neste momento, estamos em instalações provisórias, mas prevemos ultrapassar esse constrangimento no próximo ano.

Quais têm sido os vossos clientes?

O Governo é um dos nossos clientes. Por exemplo, só para citar estes, participámos na elaboração do Plano Nacional de Desenvolvimento 2022-2025, fazemos estudos para o BNA, ajudámos a definir se Angola devia entrar para a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), ou para a Comunidade de Estados da África Central (CEAC). Enfim, ajudamos a identificar as vantagens e desvantagens. Trabalhamos igualmente para empresas privadas.

E porque o 27 de Maio de 1977 foi novamente levantado, no contexto da abordagem dos direitos humanos, uma questão final: para o país, é um problema que não se cala, certo?

Este é um problema do MPLA e não do país. O partido tem de procurar resolver esse passivo.

PERFIL

Manuel Correia de Barros nasceu em 1941 em Portugal. Veio a Angola aos 22 anos e acabou por “ficar encantado” pelo país. Serviu o exército português e as extintas FAPLA, braço armado do MPLA. Passou para as FAA, onde se reformou com a patente de brigadeiro. Em 1968 já técnico de computadores, montou no então Banco de Angola, actual BNA, o computador com 32 kbts que na altura custava um milhão de dólares. Um equipamento há muito ultrapassado, “era lento mas com ele faziam-se coisas espectaculares”.

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS. Metano também atingiu um novo pico no ano passado, registando uma presença de mais do dobro do que se verificava na época pré-Revolução Industrial.

thumbnail 13890497 770x433 acf cropped

Os gases que provocam efeito de estufa e aquecimento global atingiram novos recordes de concentração na atmosfera em 2017, alertou, na passada semana, a Organização das Nações Unidas (ONU), que apela à necessidade de acção urgente.

“Os dados científicos não enganam. Se não reduzirmos rapidamente as emissões de gases com efeito de estufa, especialmente dióxido de carbono (CO2), as alterações climáticas terão consequências irreversíveis e cada vez mais destruidoras para a vida na Terra”, sintetizou o secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência das Nações Unidas.

Na Cimeira do Clima COP 24, que se realiza em Dezembro na cidade polaca de Katowice, a comunidade internacional deverá concluir o Acordo de Paris para limitar o aquecimento global a menos de dois graus centígrados em relação aos valores pré-industriais.

As concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentaram para “novos recordes”, sendo o primeiro aquele que mais contribui para o efeito de estufa, tendo atingido, em 2017, 405,5 partículas por milhão na atmosfera.

“A última vez que a Terra teve uma concentração de dióxido de carbono semelhante foi há três milhões de anos”, indicou o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas.

O metano também atingiu um novo pico no ano passado, registando uma presença de mais do dobro do que se verificava na época pré-Revolução Industrial.

De acordo com os dados da OMM, também houve um aumento inesperado de um gás com potente efeito de estufa, o CFC-11, cuja produção está regulamentada para proteger a camada de ozono.

As concentrações de gases com efeito de estufa na atmosfera dependem de emissões provocadas pela actividade humana, mas também de interacções complexas entre a atmosfera, a natureza e os oceanos, que absorvem cerca de um quarto das emissões, a mesma quantidade absorvida pela biosfera.

Para a ONU, o tempo de agir para travar o que se passa é agora, para evitar que o aquecimento passe para lá dos três graus. O director de investigação da OMM, Pavel Kabat, afirmou que a tendência de aumento dos gases com efeito de estufa é “inquietante” e nada indica que, sem um esforço, haja uma inversão.

Trump com dúvidas

O presidente norte-americano, Donald Trump, voltou a questionar as alterações climáticas devido à onda de frio que deve atingir o Nordeste dos Estados Unidos nos próximos dias. “Um frio brutal e prolongado, capaz de quebrar todos os recordes, o que aconteceu ao aquecimento global?”, questionou Trump, na passada quarta-feira, numa mensagem publicada na conta oficial da rede social Twitter.

De acordo com as últimas previsões meteorológicas, os próximos dias nos EUA serão os mais frios desde que há registos. Em Nova Iorque, o recorde é de três graus negativos, registados em 1871. Em 1901, em Boston, foram registados cinco graus negativos, enquanto em 1996, os termómetros em Filadélfia mostraram um grau negativo.

Nestas três cidades, são esperadas temperaturas mínimas entre nove graus negativos e seis graus negativos, enquanto noutras cidades, como Burlington ou Portland, os termómetros podem descer até aos 14 graus abaixo de zero.

Em algumas zonas, a sensação térmica poderá atingir os 30 graus negativos. A mensagem de Trump surge poucos dias depois de o presidente ter admitido que o aquecimento global “pode ter contribuído um pouco” para a progressão fulgurante das chamas, referindo-se aos incêndios que devastam a Califórnia há duas semanas e que já provocaram mais de 80 mortos.

BALANÇO. Mandato de Emmerson Mnangagua à frente do Zimbábue marcado com quadro económico difícil, similares aos da era Mugabe. Falta de recursos em moedas estrangeiras e medicamentos nos hospitais integram cabaz de necessidades imediata para o país e famílias. País tem outra moeda há dois anos.

unnamed

Persistem as dificuldades económicas no Zimbábue deixadas pelo destituído presidente Um ano depois da saída de Robert Mugabe, agravaram-se as necessidades com moedas estrangeiras e materiais de apoio hospitalar, como medicamentos.

Estas dificuldades constavam do programa de governo do sucessor de Robert Mugabe, o presidente Emmerson Mnangagwa, que prometeu, entre outros, tornar um ‘dólar’ zimbabuano mais forte e captar biliões de dólares em investimentos.

Indicado pela ZANU-PF, Emmerson Mnangagwa também garantiu “valorizar a liberdade de expressão”, assim como buscar o “reengajamento com o Ocidente”.

Passados 12 meses, Mnangagua é desafiado pela conjuntura económica local, o que está a pressionar o cumprimento das promessas de início de mandato.

A economia continua a cair. E há quem descreva a situação como a pior dos últimos 10 anos, havendo no seio da população o medo de que a situação possa atingir os níveis observados em 2008 e 2009, quando o Zimbábue registou uma inflação de mais de um milhão por cento.

De acordo com observadores, e o que escreve a imprensa local, a escassez de moeda estrangeira tornou-se no principal problema do país. O governo não tem dinheiro e os bancos também não estão a disponibilizar divisas para financiar a factura de importação de bens essenciais. No entanto, os problemas económicos e financeiros começaram há dois anos, quando o país introduziu, no mercado, as conhecidas ´notas de obrigações’, uma moeda local com um valor semelhante ao dólar americano, mas que de nada vale fora do território zimbabueano.

Emitidas pelo banco central zimbabuanos, economistas consideraram que as também designadas “bond notes” acabaram por aumentar ainda mais a inflação. À semelhança do passado, a oposição que protesta nas ruas, reivindicando vitória eleitoral, foi reprimida, numa acção policial que resultou em três mortes e 10 feridos. Muita gente passou a ser julgada e condenada com base na acusação de “insulto” contra as instituições públicas ou o presidente.

Euforia durou 1 ano

Depois de em 21 de Novembro terem festejados a saída de Robert Mugabe da presidência, zimbabuanos revivem o drama da difícil situação económica.

Observadores compararam os festejos da saída de Mugabe à proclamação da independência daquele país da realeza britânica. Mas, um ano depois, o otimismo do Zimbábue diminuiu. A situação económica e social degradou-se em níveis mais profundos do que na gestão de Mugabe. O atual governo diz que a “reforma leva tempo” e pede “paciência”.

Uma economia “já arruinada foi ainda mais devastada pela nova inflação”, destacou, por exemplo, o Washignton Post. A aproximação com o Ocidente, que evitou o Zimbábue por décadas e atrasou o investimento e o crescimento de empregos, tem sido hesitante.

Descontentamento

Nas ruas de Harare, já são visíveis grupos de cidadão descontentes com intenção de se manifestar. Temba Mlandeli, engenheiro na capital do Zimbábue, Harare, exalava otimismo numa entrevista antes da eleição. Hoje, Mlandeli perdeu essa optimismo. “Para ser sincero, não é exactamente o que eu esperava”, disse, citado pela imprensa local, balaceando os 12 meses da gestão de Mnangagwa.