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O Ministério das Pescas e do Mar vai proceder a partir de sexta-feira (3) a transferência das embarcações de pesca semi-industrial do mercado da Mabunda para o Porto Pesqueiro da Boavista, uma medida que visa evitar a propagação do vibrião colérico, vírus transmissor da cólera.

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A directora Nacional das Pescas, Maria Sardinha informou, hoje (quinta-feira) que a lota de pesca da Boavista, distrito do Sambizanga, obedece todas as condições higiénicas exigidas para descarga e comercialização do pescado e para melhor controlo da quantidade pescada.

Informou ainda que as descargas e a comercialização de alimentos no mercado da Mabunda constitui um perigo à saúde humana. Além desta medida, o Instituto de Investigação Pesqueira vai igualmente apresentar os resultados dos testes efectuados nas águas do mar, junto ao mercado da Mabunda, que têm sido usadas para lavar o peixe.

O Ministério da Saúde informou recentemente que as águas do mar do mercado pesqueiro da Mabunda, localizado no distrito urbano da Samba, se encontram contaminadas com o vibrião colérico, transmissor da cólera, tendo desaconselhado o consumo do pescado descarregado naquela circunscrição.

A automação inteligente (incluindo a automação de processos robotizados [RPA]) é uma solução inovadora para um tratamento totalmente automático de processos de negócios com elevado número de transacções de natureza repetitiva.

Não se trata de robôs físicos, mas de um ‘software’ que faz nos processos de negócio o que os robôs físicos fazem no fabrico. É a mais recente geração de automação em que é utilizado um computador em vez de uma pessoa para operar ‘software’ e dados para processar uma transacção ou completar um processo.

A RPA é disruptiva devido à combinação de uma implementação célere com rápidos e significativos benefícios. Existem alguns receios e também muitos mitos que vão surgindo perante a RPA: que é apenas para substituir pessoas gerando desemprego, que é implementado para poupar custos, que substitui a função de uma pessoa na sua totalidade, etc.

É claro que, por um lado, tal vai acontecer pois decorre do processo normal de evolução da produção de bens e da prestação de serviços. Mas, por outro lado, o robô fica com a execução do repetitivo e liberta o ser humano para que este se foque no porquê.

Da experiência acumulada na EY até à data, estimamos que existirão oportunidades de aplicar a RPA em cerca de 20% a 25% em vários dos processos nas organizações, num largo espectro de aplicação.

De entre os benefícios de implementação da RPA, será de sublinhar a retenção de talento (liberta os colaboradores de trabalho repetitivo permitindo desenvolver mais o potencial), fiabilidade (elimina risco de erro manual), agilidade (permite processar um elevado número de dados de forma muito rápida), redução de custos (reduz o trabalho humano repetitivo e pode executar o processamento de modo ininterrupto), ‘compliance’ (permite manter um registo dos controlos executados).

Actualmente, a RPA automatiza processos manuais que lidam com elevado número de dados, que são muito repetitivos, com várias etapas e regras de validação.

Esta tecnologia continua a desenvolver-se alavancando elementos de inteligência artificial para tomadas de decisão mais sofisticadas. Perspectiva-se que, em alguns anos, seja possível adicionar a esta tecnologia outras capacidades do cérebro humano como a realização de tarefas cognitivas de detectar, prever e inferir.

Parece ser um dado adquirido que grande parte da população mundial está concentrada nas cidades. A percentagem de população que vive em cidades tem vindo a aumentar e hoje pode considerar-se que tomou proporções nunca antes vistas.

Com efeito, de acordo com um estudo das Nações Unidas de 2012, a percentagem da população mundial a viver em cidades era de 30% na década de 1950, sendo que as projecções vão no sentido de uma alteração desta percentagem para 60% na primeira década do século XXI. Se considerarmos a dispersão geográfica deste movimento, é expectável que a percentagem de população a viver em cidades seja de 56% no continente africano.

Constata-se também, um incremento do número de aglomerados urbanos do hemisfério norte para o hemisfério sul. Ainda de acordo com o mesmo documento, é expectável que o crescimento urbano seja exponencial nas cidades com menos de um milhão de habitantes em África e na Ásia.

Esta situação representa um enorme desafio logístico e económico que envolve os agentes públicos e privados, sem descurar a importância dos poderes públicos na organização e desenvolvimento de políticas urbanas adequadas. Sendo que não é objectivo desde artigo uma análise sobre o papel dos organismos públicos em sede de políticas de urbanização, a nossa análise vai centrar-se nos desafios tecnológicos inerentes ao desenvolvimento urbano e sobre algumas opções disponíveis na legislação fiscal, no que concerne à detenção de propriedade urbana e diferenciação em função de determinados fins.

Em paralelo com o significativo desenvolvimento urbano e consequente massificação do tecido urbano, a actividade imobiliária vai sofrer os efeitos da revolução tecnológica a qual, na esfera dos agentes económicos, representa um manancial de desafios e de oportunidades.

Com efeito, a criação de conglomerados urbanos pode permitir economias de escala com a consequente proliferação de sociedades de gestão de activos com dimensão global. As possibilidades da tecnologia, como elemento potenciador de recolha de informação, são imensas, por exemplo, na actividade de gestão de centros comerciais.

É todo um manancial de informação que essas sociedades possuem, ou podem vir a deter, como por exemplo, saber quais os hábitos de consumo dos utilizadores de centros comerciais bem como quais os hábitos de consumo dos seus arrendatários. A gestão dessa informação pode conduzir a alterações de eficiência na iluminação dos edifícios e na gestão de acessos como sejam a programação do elevador e as suas necessidades de reparação bem como, a redução da intensidade da iluminação nas áreas comuns dos edifícios em determinados períodos do dia.

A eficiência energética é, seguramente, uma preocupação em função das existentes alterações climáticas sem descurar, pelo menos de imediato, um objectivo económico de redução de custos na esfera das entidades gestoras de património.

Ora, as preocupações dos agentes económicos relacionadas com a redução da sua estrutura de custos pode ser acelerada, mediante a introdução de medidas que beneficiem os edifícios que utilizem as melhores práticas ambientais. Deve ser tido em consideração que, a introdução das melhores práticas de eficiência energética que tornam os edifícios inteligentes podem representar, desde logo, uma redução dos custos associados, pelo menos no que respeita à manutenção dos edifícios.

De resto, a eficiência energética é um bom exemplo de uma junção entre a eficiência económica e uma redução da carga fiscal. Se olharmos para os dados estatísticos de um país como os EUA, verificamos que os edifícios comerciais consomem cerca de 30% da energia, e outros 30% dessa energia é desperdiçada.

A criação de um sistema de eficiência energética constituirá não só uma plataforma de angariação de investidores, mas também, nos casos de sistemas fiscais em que existe tal regulamentação, uma redução da factura fiscal inerente à detenção de património para edifícios inteligentes que sejam capazes de reduzir consumos de energia mediante a utilização de determinadas tecnologias, com vantagens para o ambiente.

O sistema fiscal pode aproveitar as potencialidades da tecnologia sendo um elemento indutor de comportamentos economicamente mais eficientes, contribuindo também por esta via, para a diferenciação da factura fiscal em função da eficiência energética dos edifícios, tudo com o objectivo de potenciar um incremento da eficiência energética.

Além da diferenciação energética, outros factores podem ser tidos em consideração como forma de assegurar a diversidade da situação fiscal dos prédios, como o facto destes se encontrarem devolutos, ou configurar sistemas de tributação mais reduzidos para determinados tipos de arrendamento habitacional.

A evolução tecnológica vai, também em Angola, modificar a actuação da indústria imobiliária, gerando novos conceitos de negócio e oportunidades de investimento as quais convenientemente aproveitadas serão geradoras de riqueza e, por conseguinte, de uma receita fiscal que também poderá contribuir para um melhor ambiente e eficiência energética, tornando-se então uma realidade a promoção do ambiente com os impostos.

O itenta e sete por cento das empresas planeiam desinvestir até 2020, dada a necessidade de competir num ambiente tecnológico em rápida evolução. De acordo com o EY ‘Global Corporate Divestment Study 2018’, um inquérito anual efectuado a mil executivos em todo o mundo, o valor total de transacções atingiu o seu máximo em Janeiro de 2018, 323 mil milhões de dólares, impulsionado pela pressão que a inovação digital tem colocado nas empresas para que estas enfrentem a disrupção e adaptem o seu modelo de negócio.

O número de inquiridos a afirmar que as suas empresas têm planos para desinvestir nos próximos dois anos mais do que duplicou em relação ao ano anterior (43% vs. 87%), ilustrando a escalada deste tipo de estratégias de crescimento na lista de prioridades das empresas. Cerca de 75% dos inquiridos (74% vs. 55%, em 2017) referiu ainda que estes planos estavam directamente influenciados pela evolução do ambiente tecnológico em que se inserem. Metade dos executivos indica ainda que a necessidade de financiar investimentos tecnológicos torna as empresas mais susceptíveis ao desinvestimento, de modo a canalizar os fundos para a melhoria na eficiência das suas operações e responder às mudanças das necessidades dos seus clientes.

Actualmente, 71% destas alienações são espoletadas por propostas oportunistas e não estratégicas, um crescimento substancial em relação aos 20% registados no inquérito realizado no ano passado. Adicionalmente, este estudo concluiu ainda que as empresas que efectuam revisões anuais à sua carteira de investimentos duplicam a sua probabilidade de exceder as expectativas de desinvestir no “momento certo”. As empresas que consigam apresentar melhorias sustentadas antes da venda, bem como as que consigam tirar partido das tecnologias de ponta na preparação da venda, estarão no caminho certo para aumentar o poder de negociação no momento da transacção e têm mais 27% de probabilidade de exceder as expectativas em relação ao preço de venda.

De acordo com 62% das empresas, são os factores macroeconómicos e geopolíticos que mais desencadeiam as decisões de desinvestimento. As reformas tributárias oferecem novas oportunidades para renovar a estratégia das empresas, sendo que 80% dos inquiridos destacaram as alterações nas políticas fiscais como uma das alterações geopolíticas mais significativas que podem impactar os planos para desinvestir.

 Neste momento, é essencial a preparação das operações de desinvestimento, uma vez que alienações não planeadas podem ficar em grande desvantagem quando avaliam ofertas oportunistas. No momento decisivo, a mentalidade proactiva pode fazer toda a diferença para atingir o preço desejado.

No início de 2018, a maior parte da economia mundial estava a passar por uma recuperação cíclica sincronizada, que parecia anunciar um período mais longo de crescimento sustentável e o fim da década de ressaca da crise de 2008. Apesar do choque do Brexit, das nuvens de tempestade sobre o Médio Oriente e sobre a Península Coreana, e do comportamento imprevisível do presidente dos EUA, Donald Trump, o aumento do investimento e dos salários, juntamente com a queda das taxas de desemprego, pareciam estar muito próximos.

No entanto, como avisei em Janeiro, “o clima global [tinha] mudado, mas havia riscos políticos, e muitos deles, grandes.” Além disso, enquanto os meus indicadores globais preferidos estavam todos a olhar para cima, preocupei-me que isso continuaria após o primeiro semestre de 2018, devido a complicações previsíveis, como o aperto monetário nas economias avançadas, especialmente nos EUA.

E eis que agora estamos no meio de 2018 e alguns desses mesmos indicadores não estão tão optimistas. Embora o índice de compras de Junho, do Institute de Gestão de Comércio dos EUA permaneça muito forte, outras pesquisas comparáveis em todo o mundo não são tão robustas quanto há seis meses. Mais importante, a actividade comercial diminuiu tanto na China quanto na Europa.

Outro indicador importante são os dados comerciais da Coreia do Sul, publicados mensalmente e antes de qualquer outro país. A 1 de Julho, ficámos a saber que as exportações sul-coreanas vão caíndo de um ano para o outro. Considerando que 2017 foi um ano recorde para a força nominal de exportação do país, 2018 inaugurou vários meses de desempenho em desaceleração. Ironicamente, esta queda coincide com a melhoria das relações com a Coreia do Norte, enquanto o forte desempenho do ano passado ocorreu apesar da ameaça de uma invasão nuclear na península coreana.

O enfraquecimento das exportações sul-coreanas exige uma cuidadosa análise de acompanhamento, tanto dos dados comerciais de outras grandes economias quanto dos dados de Julho da Coreia do Sul, quando for publicada em Agosto. Dada a preocupante escalada das tarifas de importação de Trump e as medidas de retaliação perseguidos pela China, pela União Europeia e por outros países, ninguém deve ficar surpreso se o enfraquecimento do comércio global persistir.

Dito isso, também não se deve presumir que a queda dos números comerciais seja um resultado directo dessas tarifas. Ainda não temos uma distribuição regional completa do desempenho das exportações. Mas, a partir dos dados disponíveis para os primeiros 20 dias de Junho, pode ver-se que as exportações sul-coreanas para os EUA e a China foram bastante fortes; a fraqueza foi nas exportações para os países do Sudeste Asiático e do Médio Oriente. Se este for o caso, há menos motivos para nos preocuparmos se o forte desempenho do comércio global, nos últimos 12 a 18 meses, esteja a ser revertido.

Afinal, estamos numa década em que a economia mundial é dominada pela actividade nos EUA e na China. Segundo os meus cálculos, 85% do crescimento do PIB nominal em todo o mundo, desde 2010, deve-se a esses dois países, com os EUA a responderem por 35% e a China por 50%. Assim, enquanto a China e os EUA estiverem bem, a economia global pode sustentar um crescimento anual de cerca de 3,4%.

Quanto ao resto do mundo, os indicadores económicos, deste período do ano passado até ao início de 2018, pareciam sugerir que muitas ‘perfomances’, anteriormente fracas, estavam finalmente a serem recuperadas. Em termos nominais, em dólares, Brasil, UE, Japão e a Rússia registaram leves quedas desde 2010, mas mostraram sinais de melhoria em 2017.

Por exemplo, neste período do ano passado, a UE parecia estar à beira de uma recuperação cíclica robusta e generalizada. Mas isso não parece ser o caso. Economias importantes como a França e a Alemanha experimentaram uma desaceleração, talvez devido aos temores de uma guerra comercial global. E, é claro, as negociações penosas do Brexit, o novo governo anti-‘establishment’ de Itália e uma crise política intra-UE sobre a imigração criaram mais incertezas económicas. A crise da imigração, em particular, poderá ter graves consequências tanto para o governo da chanceler alemã Angela Merkel como para a coesão da UE.

O abrandamento económico da Europa pode ser temporário e o índice de compras dos países da Zona Euro fortaleceu-se um pouco em Junho, após alguns meses de declínio acentuado. Mas seria imprudente descartar o pior.

Ainda assim, a sustentabilidade do crescimento global depende, em grande parte, dos EUA e da China. Obviamente, se esses dois gigantes económicos começarem a negociar com as tarifas ‘olho-por-olho’, ambos perderão - e a economia mundial também. Para os EUA, onde o consumo representa cerca de 70% do PIB, o comércio internacional positivo e um clima estável e favorável aos investimentos são essenciais para o crescimento sustentável. Espera-se que alguém próximo a Trump possa transformá-lo antes que as suas políticas atrapalhem a tão esperada recuperação mundial.

Ex-secretário do Tesouro do Reino Unido e professor de economia na Universidade de Manchester