Valdimiro Dias

Valdimiro Dias

DIAMANTE. Operadora produziu mais 136,4 mil quilates em 2018, menos 0,5% do que no exercício anterior. A produção de diamantes da mina Somiluana, na Lunda-Norte, detida pelo grupo empresarial sul-africano TransHex, durante 2018, alcançou 136.402 quilates, registando uma ligeira redução de 0,5% em comparação a 2017, em que produziu 137.219 quilates.

 

CRÉDITO. Nome do empresário consta de uma lista, que circula nas redes sociais, de supostos devedores do banco público. BPC rejeita responsabilidades na divulgação dessa lista. Bartolomeu Dias garante estar a concluir quatro grandes projectos sem recurso à banca.

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Bartolomeu Dias, proprietário do grupo empresarial com o mesmo nome, exige ao Banco de Poupança e Crédito (BPC) que esclareça publicamente que nenhuma empresa afecta ao seu grupo é devedora do banco.

A exigência está expressa numa carta dirigida ao presidente do BPC e vem na sequência da divulgação, nas redes sociais, de uma lista de supostos devedores do banco, constando o nome do empresário com uma dívida de mais de 200 milhões de dólares. “Este pedido é legítimo, sendo o banco uma instituição de idoneidade, informe a opinião pública da veracidade dos factos, assim como recordamos igualmente que, junto desta instituição bancária, não existe qualquer solicitação de crédito feito por nós com os valores referidos, tão pouco a existência de dívida com a mesma”, lê-se na carta.

Para o empresário, o comunicado dissiparia “qualquer dúvida, assim como estaria a proteger a boa imagem junto da opinião pública e não só”. Acrescenta que “todos os devedores devem ser responsabilizados para honrarem com os compromissos de forma a não colocar em causa a imagem de outrem”.

No entanto, o BPC já emitiu um comunicado onde, sem se referir à situação de Bartolomeu Dias, se demarca de “qualquer ligação ou responsabilidade pelo conteúdo e divulgação de qualquer tipo de informação sobre os seus clientes”.

Interrogado se, no passado, teve alguma situação de incumprimento com o BPC ou com outra instituição do país, Bartolomeu Dias respondeu que “ter ou não ter crédito não pode ser visto como problema e, se for malparado, é um problema entre o banco e o cliente”. “Com o BPC tenho crédito zero e estou a dizer apenas porque há uma lista a circular, como também respondi sobre o Banco Económico quando também esteve a girar uma lista em que aparecia o meu nome. Se houver a necessidade de responder sobre outro banco, também o farei porque sou uma reserva moral deste país, mas agora não há necessidade”, explica o empresário.

Bartolomeu Dias garante que, com “recurso a fundos próprios, ou seja, a crédito zero”, está a concluir quatro projectos, dos quais duas unidades industriais que já produzem e um projecto habitacional, composto por três edifícios na zona de Talatona, que também se encontra na fase final.

Em Outubro de 2017, o empresário revelou ao VALOR ter sido forçado a recorrer a um financiamento externo, do Dubai, para ‘salvar’ as fábricas de óleo e sabonete da Nori (Nova Rede Industrial) que se encontravam paralisadas por falta de matéria-prima, como consequência da falta de divisas. Sem avançar o valor do financiamento, Bartolomeu Dias estimava entre 15 e 20 milhões de dólares a necessidade do grupo. “Como há escassez de divisas e não podemos pensar só em nós, seria o suficiente para termos todas as fábricas a funcionar, não no máximo das capacidades, mas para trabalhar a 60% e 70%.”

O grupo conta com cerca de duas dezenas de empresas, em que se destacam a Diexim Expresso (aviação), Angoinform (informática), Divisão de Segurança, Internacional Travel (agência de viagem e de ‘rent-a-car’), a Diexim Rodoviária (camionagem), Sul do Kwanza (Imobiliária) e a ‘cleaning’ (empresa de limpeza).

INVESTIMENTOS. Empresa diamantífera capta parcerias e garante não querer ser maioritária em futuros negócios. Franceses asseguram ter ‘know-how’ suficiente.

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O conselho de administração da Endiama convidou empresários franceses a investirem na exploração de diamantes, com particular destaque na electricidade, visto que nenhum projecto dispõe de uma solução integral para a satisfação das necessidades energéticas.

O convite de investimento foi feito pelo presidente do conselho de administração da Endiama, José Ganga Júnior, durante a abertura do primeiro encontro França-Angola, que juntou empresários dos dois países. O convite é extensivo ao investimento em minas e a outras áreas de apoio à exploração diamantífera, como a manutenção e operação de equipamentos e agropecuária.

A concessionária dos diamantes promete disponibilizar aos empresários franceses seis quimberlitos e depósitos de aluviões que não tenham compromissos com algum investidor. Segundo o PCA da Endiama, “agora só depende da manifestação de interesses por parte dos franceses”. José Ganga Júnior assegura “não existir a obrigatoriedade de a Endiama ser maioritária”, respondendo assim às preocupações dos franceses relativas às participações sociais.

A missão empresarial francesa foi composta por 13 empresas ligadas à engenharia, desenvolvimento de mineração, equipamentos e soluções para operações directas e indirectas relacionadas com a mineração. Os empresários visitaram a mina de Catoca, no intuito de identificar projectos ligados e estabeleceram encontros com os responsáveis do Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, Endiama, Ferrangol, bem com empresários nacionais.

O conselheiro económico da embaixada de França em Angola, Bernard Dusfrene, referiu que, no domínio energético, “há um grande ‘know-how’ francês para gerir energia”.

Para finais de Março, está agendada a vinda de uma delegação empresarial francesa do ramo agrícola, encabeçada pelo ministro da Agricultura, com a perspectiva de procurar oportunidades de investimento.