Reportagem. Seguranças do aterro também estão na disputa da comida expirada e estragada que é descartada. Como forma de evitar lutas sangrentas, formaram-se grupos de recolha, cada um com 24 horas para apanhar desde comida a plástico e cobre. Crianças, adolescentes, jovens e adultos lançam-se na luta frenética para esquivar da fome e do desemprego.

Guilherme Francisco
Revoltado com a fome que aflige o país e a fraca resposta de quem governa na resolução da pobreza, Daniel Ntoni-a-Nzinga considera “elevado” o nível de pessoas que não têm nada o que comer. Afirma que recebe todos os dias telefonemas de angolanos que morrem por causa da fome e entende que a situação evidencia "falta da paz, que só será ultrapassada quando os partidos políticos e sociedade civil sentarem à mesma mesa e chegarem a algum acordo". Levanta interrogações quanto à aproximação aos norte-americanos que, "desde o tempo colonial, não se importaram com o desenvolvimento do país". É de opinião que João Lourenço deve abandonar o poder, depois de cumprir os 10 anos.
BALANÇO. Pelo segundo trimestre consecutivo, investidores estrangeiros demonstraram falta de apetência para o sector não petrolífero, em colisão com os anseios do Governo de diversificar a economia. Noutro sentido, angolanos aumentaram o volume de investimento no exterior.
“É importante que a contratação ...
Com a entrada de Angola na lista cinzenta do GAFI, o acesso ao financiamento será difícil e os mais dispostos a emprestar dinheiro vão propor taxas de juros extremamente altas e prejudiciais para o país. Fernandes Wanda, economista e investigador da Mo Ibrahim critica o modo de pensar a produção alimentar sem o aproveitamento dos perímetros irrigados e os não infra-estruturados pólos industriais. E recomenda a João Lourenço ser urgente a redução da inflação e o desemprego.
Finanças. Os rendimentos dos títulos da dívida angolana, de média e longa maturidade, sofreram um recuo, sendo os únicos, comparativamente aos outros países do continente africano, a fecharem em baixo desempenho.
Mais de 4,454 milhões de pessoas saíram de Angola em três anos