Valor Económico

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Um grupo privado constituído por investidores de Angola, Estados Unidos, Canadá e Dubai, pretende instalar em Viana, Luanda, um centro comercial com dezenas de lojas, as quais deverão criar 700 postos de trabalho.

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O projecto ‘Muxima Shopping’ representa um investimento global de 102,2 milhões de dólares, a realizar pela sociedade SWB, detida pela Luanda One e pela Westport Property Partners (WPP), segundo o contrato de investimento com o Estado.

Os investidores, segundo a Lusa, prevêem a inauguração deste centro comercial em 2019 e a criação entre 200 e 300 postos de trabalho na fase de edificação, além da futura "contribuição para a formação bruta de capital, através da construção de infra-estruturas e instalações para utilização comercial, cultural e de lazer e diversão", refere ainda o contrato de investimento.

O negócio já foi alvo de um acordo com a Unidade Técnica para o Investimento Privado (UTIP), em representação do Estado angolano, que aprovou a atribuição de benefícios fiscais, como a redução em 25% do pagamento de impostos Industrial, sobre Aplicação de Capitais e de Sisa, por um prazo de quatro anos, a favor da sociedade veículo do investimento.

Segundo os promotores, já está prevista a instalação de várias lojas de roupa de marcas europeias no novo centro comercial, bem como um hipermercado do grupo sul-africano Shoprite.

Os trabalhadores estrangeiros em Angola, com o estatuto de não residentes, vão poder ter visto de trabalho válido até ao termo do contrato com o empregador, conforme alteração à lei.

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Trata-se da segunda alteração à legislação em vigor sobre trabalhadores estrangeiros não residentes, facilitando a contratação, depois de retiradas, em finais de Abril último, as limitações ao tempo de contrato e do pagamento exclusivo em moeda nacional.

Em concreto, esta nova alteração, neste caso à legislação de 2011, feita por decreto presidencial de 4 de Julho, estabelece que o visto de trabalho para trabalhadores não residentes "pode ser concedido até ao termo do contrato de trabalho, de acordo com a duração do contrato estabelecido entre o empregador e eventuais renovações".

Por norma, a emissão de visto de trabalho pelas autoridades angolanas é válida por um ano, com possibilidade de duas prorrogações por igual período, até ao limite de três anos.

Sobre trabalhador estrangeiro não residente, entende-se um cidadão de outra nacionalidade, que "não residindo em Angola, possua qualificação profissional, técnica ou científica, em que o país não seja autossuficiente, contratado em país estrangeiro para exercer a sua atividade profissional em território nacional por tempo determinado".

O ministro das Finanças, Archer Mangueira, garantiu que o Governo está a afinar os mecanismos legais para responsabilizar os gestores públicos por práticas que defraudem o Estado.

Archer Mangueira

Archer Mangueira falava no encerramento, na terça-feira, em Luanda, do primeiro curso de gestão orçamental e financeira públicas, promovido pelo Instituto de Formação de Finanças Públicas, para secretários-gerais e gestores de finanças públicas locais.

Segundo o ministro, a responsabilização por práticas que defraudem o Estado carece ainda de mecanismos legais, que conduzam a uma aplicação em concreto das leis existentes. "Nesse sentido, as regras anuais de execução do Orçamento Geral do Estado devem passar a estabelecer expressamente as sanções para cada infracção já estatuída por lei", referiu Archer Mangueira.

O responsável chamou a atenção para a importância da observância dos princípios financeiros e contabilísticos legalmente definidos para a execução financeira e orçamental, salientando que os mesmos não podem ter destinos diferentes para os quais foram autorizados.

O governante disse ainda esperar o fim da utilização de créditos orçamentais sem a observância rigorosa das normas vigentes, igualmente para a realização de despesas não inscritas no orçamento ou que excedam as dotações orçamentais aprovadas.

O grupo privado ‘Silva Silva’ investiu 18 milhões de dólares na construção da maior fábrica do país de corte e polimento de mármores e granitos, no município de Moçamedes, no Namibe, anunciou o ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz.

Francisco Queiroz

Segundo o dirigente, que falava ontem no acto de inauguração da fábrica, o executivo tem vindo a encorajar projectos que levem ao combate da crise de receitas fiscais e de cambiais que assolam o país. “Foram aqui investidos 18 milhões de dólares que vão permitir gerar 350 postos de trabalhos directos, podendo atingir 1.500 postos de trabalho indirectos pela cadeia de valor”.

A fábrica foi instalada numa área de quatro hectares e, avança Queiroz, vai aumentar a produção de rochas ornamentais, acudindo a necessidade dos produtores da região que se debatiam com a falta de um centro de corte e polimento de rochas de referência internacional. “Com este empreendimento, todos os produtores de rochas ornamentais podem acorrer aqui para fazer o corte e polimento, abastecendo o mercado interno e externo, pois a qualidade está garantida”, acrescentou.

De acordo com a fonte, a fábrica “acrescenta um valor à indústria mineira do país”, por apresentar máquinas modernas com capacidade de produção comprovadas, que conferem vitalidade para competir nos mercados interno e externo, aumentando a exportação de produtos acabados e permitindo arrecadar mais divisas e receitas fiscais.

Francisco Queiróz aproveitou a oportunidade para instar os produtores de mármore e granito a desenvolverem campanhas de marketing para a promoção dos produtos locais em feiras nacionais e internacionais, por apresentarem qualidades reconhecidas internacionalmente.

Na ocasião, O governador do Namibe, Carlos da Rocha Cruz, aconselhou o empresariado nacional a explorar as potencialidades da província, garantindo o apoio do governo local em iniciativas empresariais que visam o relançamento da economia e da indústria local.

Carlos da Rocha Cruz lembrou ainda que com o surgimento dessa fábrica, aumentou a oferta de emprego e vai ajudar a poupar divisas na importação de produtos para a construção civil. “Vamos deixar de gastar dólares na compra de produtos para a construção e teremos produtos acabados e com qualidade”, disse.

Criação da empresa

A fábrica Silva e Silva indústria mineira, criada com recurso a um financiamento do BPC (Banco de Poupança e Créditos) na ordem dos 80% e os restantes fundos próprios, está vocacionada para o fabrico de produtos acabados de granitos, mármores, calcários e outras rochas ornamentais, ladrilhos: vulgo mosaico, e outros utensílios para a construção civil.

As máquinas de polimento de mármores e granitos da referida fábrica foram adquiridas na Itália, última tecnologia da Simeck, segunda melhor do mundo depois da Alemanha. A energia para garantir o funcionamento das máquinas é proveniente de um gerador com capacidade de 2.200 kv, dois geradores de 600 kv, um gerador de 250 kv, contando ainda com uma rede eléctrica instalada.

Segundo o responsável da fábrica, Miguel Silva, o mercado interno é prioritário, sendo que outra parte do produto será exportada para a Europa e a Ásia. “ Os angolanos têm de se sentir dentro do luxo, vamos praticar os preços mais baixos do mercado, para o acesso de todo o mundo, porque os custos de produção serão reduzidos, pois a matéria-prima é local e, na segunda fase do nosso projecto, vamos extrair nas nossas próprias minas", disse.

Manutenção do equipamento Segundo ainda o responsável da unidade fabril, a manutenção das máquinas será assegurada por um assessor de nacionalidade italiana com auxílio de trabalhadores nacionais que diariamente farão a segurança e manutenção dos meios para que estes possam durar mais tempo e assim gerar receitas não só para a empresa, mas também para o Estado e para a província em particular.

Pelo menos 1,5 mil milhões de kwanzas é o montante da facturação registada anualmente pelos Caminhos-de-Ferro de Luanda (CFL), segundo afirmou esta terça-feira, em Luanda, o presidente do conselho de administração (PCA), Celso Rosa.

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O responsável avançou a informação à imprensa, no final da apresentação de balanço da década da referida empresa, ressaltando que este valor resulta da facturação da actividade produtiva interna como a venda, fundamentalmente, de bilhetes, serviços de transportação de cargas e de aluguer de algum mobiliário que possuem.

O PCA referiu estarem a transportar, em média, por ano, a nível de Luanda cerca de três milhões de passageiros e 50 mil toneladas de carga, “o que permite dizer que, independente de todas as dificuldades e da crise que o país vive, as suas actividades não pararam”.

Celso Rosa declarou que o sector ferroviário “cresceu muito”, pois, após o fim da guerra, conseguiu-se restabelecer as infra-estruturas ferroviárias em todo o país, com as três empresas do sector e conseguiram relançar a sua actividade e permitir que a circulação dos comboios hoje fosse um facto a nível dos Caminhos-de-Ferro de Luanda (CFL), Caminhos-de-Ferro de Benguela (CFB) e Caminhos-de-Ferro de Moçâmedes (CFM).

“Se as pessoas andarem um pouco por Luanda, Kwanza-Norte e Malanje, verão que os comboios circulam e funcionam normalmente, transportam pessoas, cargas, o apito, hoje em dia, se faz sentir nas 28 estações que compreendem este grande perímetro de Luanda a Malanje que circunscreve 424 quilómetros”, acrescentou.

Para o responsável, a facturação é “razoável”, embora, admite, haja “a preocupação de se melhorarem as tarifas que actualmente se praticam, em que o capital é intensivo e é preciso que se apliquem tarifas que possam corresponder aos custos. Explicou que os custos na transportação ferroviária são altos, sendo, por isso, preciso arrecadar receitas para dirigir a empresa.

“ Em Angola, o Governo tem assumido o ónus e praticam-se tarifas que visam particularmente satisfazer as populações mais carentes e, por esta razão, entre Catete e Luanda, o passageiro ainda paga a módica quantia de 30 kwanzas por viagem”, enfatizou.

“Temos de trabalhar para reajustar os preços, para que nos possamos conformar com os nossos custos de produção, mas podemos dizer que a facturação tem estado a melhorar de ano para ano” frisou.

Apontou que a melhoria da facturação decorre, sobretudo, da aquisição de mais meios circulantes e melhoria das infra-estruturas. Acrescentou que vão surgir mais condições que permitirão transportar mais passageiros, com a duplicação da via, abertura de uma nova linha que irá ligar o Bungo ao novo aeroporto, cujas obras já tiveram início e poderão durar eventualmente de 18 a 24 meses.

Com estas condições, Celso Rosa augura a triplicação do número de passageiros que transportam em Luanda diariamente e poderão ter uma maior capacidade de satisfação daquilo que é hoje a procura a nível dos transportes ferroviários.

Avançou que o Governo investiu e criou uma infra-estrutura para que os CFL pudessem ter, em Catete, o Centro de Formação Ferroviário, que será inaugurado brevemente, visando fundamentalmente criar condições para que os trabalhadores se formem, superem e capacitem.