DIPLOMACIA. Preço do petróleo começou a subir, mal se soube da decisão do presidente norte-americano de abandonar o acordo sobre o programa nuclear. ONU e os aliados reprovam a decisão de Trump. Rivais do Irão aplaudem. A decisão do presidente dos EUA de abandonar o acordo sobre o programa nuclear iraniano deu um ‘esticão’ aos preços do petróleo, com o barril do Brent a chegar perto dos 80 dólares na passada sexta-feira. Donald Trump assinou a ordem de ‘saída’ do programa e indicou que os EUA vão agravar as sanções económicas contra o Irão, colocando-as ao “mais alto nível”. Ficam assim repostas todas as sanções que haviam sido levantadas na sequência do acordo alcançado em 2015 contra o regime iraniano. E fica também concretizada a ideia manifestada de Trumpo quando era apenas candidato presidencial. Por altura da campanha eleitoral, já criticava o acordo, considerando-o “pior da história”, ao mesmo tempo que prometia mesmo rasgá-lo, se eleito. Nos últimos meses, Trump rodeou-se de fortes críticos do acordo iraniano. Trata-se de Mike Pompeo, secretário de Estado, e John Bolton, conselheiro para a Segurança Nacional. Este último chegou mesmo a defender uma intervenção militar contra o Irão para acabar com a vontade de Teerão de ter bomba nuclear. Trump sustenta que o acordo de 2015 falhou no objectivo de limitar o desenvolvimento de mísseis balísticos por parte do Irão, tendo apenas limitado as actividades nucleares por um curto período de tempo (até 2030). Em contrapartida, o Irão garantiu 100 mil milhões de dólares decorrentes do levantamento de sanções, dinheiro que Trump reiterou estar a ser usado por Teerão para “financiar operações terroristas e guerras por procuração”, na Síria e no Iémen. Trump assegurou ter provas de que o programa “é uma mentira”. O presidente norte-americano aludia aos documentos apresentados, há uma semana, por Israel que alegadamente comprovam que o regime iraniano nunca deixou de prosseguir objectivos para alcançar armamento nuclear. Donald Trump acrescentou que qualquer país que apoie o desenvolvimento do programa nuclear do Irão será também alvo de sanções por parte de Washington. “Os EUA não voltam a fazer ameaças vazias. Quando faço promessas, cumpro-as”, atirou. Considerando que se trata de um acordo “desastroso”, Trump mostrou abertura para negociar um novo compromisso que efectivamente contribua para a segurança internacional. O presidente iraniano prometeu continuar com o acordo nuclear se os seus interesses forem garantidos e que tomará decisões mais tarde caso isso não aconteça. Hassan Rouhani apelou à cautela “para ver como os outros países reagem”, já que o anúncio de Trump, no seu entender, foi uma experiência histórica para o Irão, acusando os norte-americanos de “ nunca cumprirem com os seus compromissos”. “Não fizemos nada de errado e é inaceitável que os EUA se retirem”, declarou o presidente iraniano. Todos contra os EUA O secretário-geral das Nações Unidas revelou sentir “profunda preocupação” com a decisão de Trump. António Guterres pediu aos demais países o cumprimento do acordo. A chefe da diplomacia europeia, Federica Mongherini, também se pronunciou contra Washington, salientando que o acordo dissuadiria o Irão de obter armas nucleares. “A União Europeia está determinada a agir de acordo com os seus interesses de segurança e a proteger os seus investimentos económicos”, referiu Mongherini, para quem o “acordo com o Irão é o ponto culminante de 12 anos de diplomacia”, e por isso “pertence a toda a comunidade internacional”. A diplomata instou os líderes e cidadãos iranianos “a não deixar ninguém desmantelar o acordo”. O presidente francês, Emmanuel Macron, lamentou a decisão de Trump. Também a Alemanha e o Reino Unido encetaram esforços na tentativa de evitar que os EUA abandonassem o acordo, uma decisão com impacto negativo para muitas empresas europeias com presença no Irão. A Rússia e a China também defendem a manutenção do acordo iraniano. Apoios de Washington Por sua vez, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, apoiou a decisão de Trump. Além de Israel, também a sunita Arábia Saudita é favorável à posição de Trump, uma vez que Riade pretende reduzir a capacidade de influência regional do xiita Irão. Os EUA ficam em grande medida isolados na cena internacional, desde logo porque os restantes cinco países que assinaram o acordo pretendem que o mesmo se mantenha em vigor. Esta poderá ser, até ao momento, a decisão mais relevante de Trump em termos de política internacional, sendo ainda impossível avaliar os efeitos que a mesma poderá ter não apenas no Médio Oriente, mas também para o conjunto das relações internacionais. Subida do preço do petróleo A Arábia Saudita, maior exportador mundial de petróleo, anunciou que adoptará as medidas necessárias para evitar problemas de abastecimento após a decisão dos EUA. O governo saudita “trabalhará com os principais produtores de petróleo dentro e fora da OPEP e com os principais consumidores para limitar o impacto de qualquer problema de abastecimento”, afirmou o ministério saudita da Energia. Desde a aplicação do acordo do Irão com as grandes potências, as exportações iranianas de petróleo passaram de um milhão de barris por dia para os 2,5 milhões. A Arábia Saudita, que actualmente extrai 10 milhões de barris diários, pode elevar a sua produção até 12 milhões de barris.
Valor Económico
Banco Económico recebe rating B3 da Moodys
O Banco Económico recebeu o rating B3 da Moodys para depósitos em moeda nacional, tornando-se, assim, no segundo banco comercial, no país, a deter uma classificação pública de rating. A avaliação da Moodys ao Banco Económico destaca alguns pontos positivos da instituição, como a sua estrutura de financiamento “fortemente assente numa base estável de depósitos, bem como em métricas robustas quanto à liquidez, tanto em moeda local, quanto em divisas”. Em comunicado, o Banco Económico refere que esta avaliação foi solicitada à Moodys “como reflexo do compromisso do banco com a transparência e rigor da sua actividade financeira”. De acordo com o presidente da comissão executiva do banco, Sanjay Bhasin, a atribuição do rating B3 da Moodys para depósitos em moeda nacional ao Banco Económico confirma a solidez das principais áreas estratégicas de actuação do banco, sobretudo em matérias de modelo de governação, gestão de risco e capacidade de controlo interno, no actual desafiante contexto económico de Angola. “Esta avaliação também nos permite identificar as recomendações de melhoria para a consolidação de outros aspectos nucleares da gestão financeira do banco, para atingir níveis mais elevados de notação financeira”, acrescenta o gestor. Sanjay Bhasin realça ainda que “este rating traduz o resultado do esforço constante realizado pelo Banco Económico nos processos de melhoria contínua da sua operação bancária e da sua capacidade de prestação de contas, agora avaliados por uma instituição financeira independente global”. Actualmente, o banco conta com uma rede de 61 balcões, em 17 províncias do país, bem como um centro private e três centros Umoxi em operação na capital. No segmento empresarial, o banco conta com 12 centros de empresas em diversas capitais provinciais, bem como atendimento diferenciado para o segmento Top Corporate e para clientes de cariz institucional.
Movicel esclarece greve em conferência de imprensa
Evento está previsto para hoje, às 15 horas, no edifício Kuando Kubango, no Belas Business Park Talatona. A direcção da Movicel, a primeira operadora privada de telefonia móvel no país, anunciou para esta tarde a realização de uma conferência de imprensa para esclarecer, ao público, os meandros da greve convocada, desde ontem, pelo sindicato de trabalhadores. De acordo com um comunicado, a que o VE teve acesso, a conferência de imprensa está programada para hoje, às 15 horas, no edifício Kuando Kubango, no Belas Business Park Talatona. A comissão sindical entregou um caderno reivindicativo em Janeiro e a 9 de Março, tendo resultado numa reunião com a administração, para a discussão das reivindicações, no entanto, “não se encontraram soluções esperadas pelos trabalhadores”. Na declaração da greve, a comissão informa que a decisão da greve foi tomada numa assembleia de trabalhadores e abrange funcionários das áreas técnica, administrativa, financeira e comercial. A comissão sindical tornou pública a declaração de greve, que determina a “paralisação total dos serviços, nas horas úteis e normais de trabalho em todas as áreas da empresa, no horário das 08:00 às 17:00 por tempo indeterminado”. Os grevistas informam que o período de paralisação poderá ser prolongado ou retomado de forma alternada, para igual período nos dias posteriores, dependendo do resultado das negociações. O caderno de reivindicações exige “dignidade aos funcionários, acabando com as assimetrias salariais”, a “reavaliação e reenquadramento do pessoal na nova tabela salarial”, um “aumento salarial na ordem dos 75% e progressão da carreira. O primeiro secretário e porta-voz da comissão sindical, Costa Santos, revelou que, desde 2010, a operadora não realiza qualquer reajuste de salários.
Mais de 92% da população mundial respira ar poluído
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA. Investigadores da OMS não têm dúvidas de que a poluição ambiental do ar se tenha tornado no maior desafio para a saúde pública mundial. África está entre os continentes mais afectados. Pelo menos nove em cada dez pessoas, na população mundial, respiram ar poluído e contaminado. Os dados são da Organização Mundial de Saúde (OMS), que, na semana passada, avançou que, todos os anos, morrem sete milhões de pessoas por causas directamente relacionadas com a poluição e os níveis de contaminação permanecem “perigosamente elevados” em várias regiões do globo. “O mais dramático é que os valores estabilizaram. Apesar das melhorias alcançadas e dos esforços postos em prática, a imensa maioria da população mundial, 92%, respira ar contaminado em níveis muito perigosos para a saúde”, afirmou a directora de Saúde Pública e Meio Ambiente, María Neira, citada pela agência EFE. Segundo os investigadores deste estudo da OMS, os níveis de contaminação do ar têm-se mantido estáveis ao longo dos últimos seis anos, com ligeiras melhorias na Europa e no continente americano. Em causa, está a poluição com partículas minúsculas que entram profundamente nos pulmões e no sistema cardiovascular, causando doenças potencialmente mortíferas, como derrames cerebrais, ataques de coração, obstruções pulmonares e infecções respiratórias. De acordo com a OMS, em 2016, o ar poluído no exterior causou a morte a 4,2 milhões de pessoas. A poluição de interiores, relacionadas, por exemplo, com o uso de tecnologia ou de fontes de energia poluentes na cozinha terá causado 3,8 milhões de mortes. Os países mais pobres, na Ásia, África e Médio Oriente, são os que registam a maior percentagem de mortalidade causada pela poluição, que apresenta níveis cinco vezes superiores ao estabelecido pela OMS. No esforço de alterar o panorama, a directora de Saúde Pública e Meio Ambiente da OMS deu como exemplo a China, que politicamente se propôs reduzir os “níveis de contaminação altíssimos”. “A poluição ambiental é o maior desafio para a saúde pública mundial”, concluiu.
BAI lança abertura de conta online
O Banco Africano de Investimentos (BAI) lança hoje (4), em Luanda, o serviço de abertura de conta online dentro da estrategia da instituição de ser uma das líderes da digitalização dos serviços bancários em Angola. Uma nota enviada ao VALOR explica que este novo serviço vem responder às exigências do mercado, bem como garantir a melhor experiência digital no atendimento ao cliente. "De acordo com os dados disponibilizados pelo Ministério das Telecomunicações e Tecnologias de Informação, 19% dos angolanos utiliza Internet regularmente levando o BAI a investir na consolidação dos seus serviços digitais", lê-se na nota. O banco informa que os clientes, actuais e novos, podem abrir as respectivas contas através do serviço BAI Directo e que os usuários vão poder utilizá-la de imediato para a realização de transacções. O BAI conta com mais de 142 pontos de atendimento, entre agências e centros de atendimento de empresas, contando com a colaboração de mais de 1.900 funcionários. E ste serviço inovador do BAI é apresentado duas semanas depois de uma outra instituição bancária, no caso o Millennium Atlântico lançar no mercado a primeira máquina automática de levantamento e deposito. Demonstrativo do investimento que o sector bancário está a fazer na digitalização.
NÃO, SENHOR MINISTRO, NEM TODOS CONSEGUEM!