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Valor Económico

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PETRÓLEO. Empresários denunciam o fracasso do conteúdo local e consideram que empresas estrangeiras estão tomar conta do mercado, com a ‘protecção’ das operadoras e a concessionaria nacional.

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As empresas prestadoras de serviço do sector petrolífero manifestam-se preocupadas com o recuo que se regista no processo de angolanização do sector e ponderam, nos próximos dias, solicitar um encontro com o ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, Diamantino de Azevedo, para abordar o assunto.

O VALOR apurou a informação junto de diversos operadores, entre os quais o presidente da comissão executiva da empresa EWS, Leonardo Teca Nganga. “As empresas estrangeiras de assistência petrolíferas estão a tomar conta do mercado com uma certa protecção das operadoras e da empresa concessionaria, sob alegada justificação de que as empresas nacionais não possuem dólares para atender as necessidades do mercado”, refere.

No entanto, grande parte das empresas prestadoras de serviços culpa as petrolíferas, sobretudo as nacionais, pelas dificuldades financeiras que atravessam. E apresentam, como argumento, o incumprimento dos prazos dos pagamentos. “Se a lei diz que se deve pagar 80 dias depois, deve cumprir-se. Mas isso não acontece, sobretudo com as operadoras nacionais e, como houve a situação da desvalorização, muitas empresas foram afectadas”, lamentou uma das empresárias do ramo que, no entanto, não quis ser identificada.

A mesma acrescentou que o facto de as petrolíferas estrangeiras serem muito rígidas nas contratações, devido às normas internacionais sobre branqueamento de capitais, poucas são as prestadoras nacionais que conseguem trabalhar com estas, pelo que ficam quase todas à mercê da boa gestão das petrolíferas nacionais.

As preocupações dão conta de que as poucas prestadoras que têm conseguido passar pela avaliação das petrolíferas estrangeiras se encontram com dificuldades financeiras e, para assegurarem os contratos, fazem recurso a parcerias de prestadoras estrangeiras. Quase sempre aceitam estar em posição minoritária. “Basicamente é o que está a acontecer.”

O referido cenário já tinha sido denunciado, em entrevista ao VALOR, em outra ocasião, pelo presidente da Associação das Empresas Contratadas da Indústria Petrolífera de Angola (AECIPA), Bráulio de Brito.

“O que temos é muitas empresas que são parceiras de multinacionais. A angolana dá a cara, como se diz na gíria, mas ainda não somos nós, empresas angolnas, a desenvolver a 100% esses serviços.”

Nganga acrescenta que muitas destas multinacionais têm estado a actuar na condição de ilegais, já que não estão certificadas pelo Centro de Apoio Empresarial. As críticas foram também extensivas à Sonangol, enquanto concessionária, que, no seu entender, não está a supervisionar os contratos adjudicados juntos dos operadores onde as empresas nacionais prestam serviço.

Outra situação que preocupa o empresário é aquilo que designou “empresas de gaveta”, ou seja, as que não reúnem as competências técnicas, mas garante que são as que mais ganham contratos, sem o cumprimento de pressupostos como propostas técnicas financeiras e outras avaliações, “razão pela qual passam a vida a subcontratar outras para realizar o trabalho”.

“As empresas nacionais nunca vão conseguir espaço junto das operadoras sem o apoio do Ministério de tutela e da empresa concessionária, a Sonangol”, acrescentou. Defende a necessidade de se replicarem as experiências de países como a Nigéria e o Brasil.

O empresário defende a aplicação de políticas rigorosas, a avaliação da situação legal e as competências das empresas, “visto que há muitas que ninguém sabe onde ficam, as reuniões deles são feitas nos hotéis que conseguem os contratos, nem sequer têm efectivos”. Além disso, entende que a maior fiscalização vai permitir conhecer “as reais capacidades das empresas nacionais”, ao mesmo tempo que vai ajudar a “esbater os argumentos das operadoras que alegam que as empresas angolanas não possuem valências técnicas para operar nas suas plataformas. Segundo dados da AECIPA, existem 30 empresas prestadoras de serviço do sector petrolífero.

Os clientes do Banco Angolano de Investimentos (BAI) que aderiram ao serviço de pagamento digital ‘BAI Directo’ ficaram sem realizar operações entre os dias 10 e 11 de Novembro, por razões de “manutenção”, informou a instituição bancária, numa nota publicada no seu portal de internet.

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“Informamos que, por motivos de manutenção nos sistemas, o canal BAI Directo poderá ter períodos de indisponibilidade entre os dias 10 e 11 de Novembro, no período entre as 22H00 e as 10H00 da manhã”, escreve o banco, na sua platoforma de internet.

O BAI Directo é uma solução digital de pagamento bancário, adoptado recetemente pela entidade bancária, em que o cliente paga as despesas diárias por via do telemóvel ou de outros meios informáticos. Segundo o banco, a tecnologia vai ajudar a simplificar o dia-a-dia e a relação do cliente com o banco.

Na nota publicada no site, datada de 8 de Novembro, o segundo maior banco angolano em activos, com 1,3 biliões de kwanzas, não dá outros detalhes, além da manutenção, nem a alternativa para quem pretender servir-se desta solução.

O banco, que fechou as contas de balanço, evidencia, de Janeiro a Dezembro de 2016, um avanço nos lucros na ordem dos 213%, ao sair de 15,3 mil milhões de kwanzas para os actuais 49,7 mil milhões, um avanço considerado “histórico” pelos responsáveis da instituição.

BANCA DIGITAL. Mais de 10 mil clientes já aderiram ao serviço de pagamento por telemóvel do Banco de Negócios Internacional, denominado BNIX, desde o seu lançamento em Novembro de 2016, segundo Herson Loth, director do gabinete de apoio ao BNIX.

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Temos cerca de 10 mil clientes e o desejável era que, pelo menos, cinco mil estivessem a fazer efectivamente recurso ao sistema para pagamentos aos comerciais, mas temos menos de mil”, lamentou Herson Loth, director do gabinete de apoio do BNIX. O mesmo que insiste que, apesar de as pessoas aderiram ao produto, se ficam, essencialmente, pela exploração das outras opções que não o pagamento.

Referindo que se trata de uma realidade que se assemelha às das demais instituições, o gestor bancário reconhece que a inversão do quadro representa um desafio para as instituições bancárias que têm de trabalhar, sobretudo no sentido de mais comerciais aderirem ao produto. “Se eu residir numa zona que não tenha um único centro comercial aderente, dificilmente farei recurso ao pagamento por via do telemóvel”, explica, informando que a rede BNIX conta com um total de 27 comerciais.

Dalmo Silva, do Banco Postal, proprietário do produto ‘Xikila Money’, garante, entretanto, que “esta não é a realidade do Xikila Money”. Ou seja, os clientes estão a fazer recurso aos telemóveis para os pagamentos.

“O que nós temos observado é um crescimento bastante acelerado, acima dos 50% ao mês das transacções de pagamentos, com mais de 80 milhões de kwanzas movimentados até ao momento só neste tipo de transacções, com particular destaque para as compras de recargas telefónicas, pagamentos do serviço de televisão e compras em estabelecimentos comerciais”, contabilizou.

Dados divulgados na semana passada, pelo Banco Postal, dão conta que o ‘Xikila Money’ superou a marca de 100 mil clientes, como resultado da abertura de mais 40 mil contas nos últimos dois meses. “Atingir esta marca significa que as pessoas acreditam no ‘Xikila Money’ e nos benefícios que esta oferta de serviços financeiros móveis traz para as suas vidas”, afirmou Pedro Vasconcelos, director de Agências desta Unidade de Negócio na nota distribuída a propósito.

O balanço dos sete meses de actividade do banco indica que contam com 110 quiosques e qautro agências distribuídas por Luanda e Huambo, para além de uma rede de mais de 1.250 estabelecimentos comerciais “Paga Aqui”, onde já é possível pagar com o telemóvel, esta unidade de negócio irá contar, nos próximos dias, com mais 35 quiosques no município do Cazenga, em Luanda. Dalmo Silva acredita que, até ao fim do ano, contarão com uma rede de dois mil comerciantes. Os Bancos BAI e o Atlântico têm produtos semelhantes no mercado.

CARREIRA. Pesquisa recentemente divulgada sugere, em 10 passos, ‘truques’ que um profissional deve ter em conta para que consiga avançar na carreira.

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Planeie com antecedência

Tal como as empresas têm planos de negócio, todos os que querem progredir profissionalmente devem ter planos de carreira, sugere o estudo, recentemente divulgado pelo site ‘Dinheiro Vivo’, especialista em matérias económicas. Imagine-se daqui a três anos. Quais são as suas responsabilidades profissionais? Que cargo ocupa? O que é que precisa, em termos de educação, formação ou certificações, para lá chegar? Questionam os autores do estudo, assinalando que a reposta para estas questões “é ver o que lhe faz falta e começar a trabalhar para atingir o objectivo”.

Melhore a sua capacidade de liderança

“Ser líder envolve cultivar competências como a planificação estratégica, pensamento crítico, orientação para a resolução de problemas e gestão de equipas”, refere o estudo. Mas assinala, no entanto, que “a liderança não se resume a saber afirmar-se perante um grupo para a concretização de um projecto. É possível mostrar liderança numa área específica do saber”. E exemplifica que um determinado indivíduo pode ser o único com conhecimentos sobre um determinado software, tornando-se a pessoa com quem é necessário falar para o usar.

Redes sociais têm importância

Dificilmente, nos dias que correm, um empregador não olhará para o seu perfil nas redes sociais na altura de contratar, alertam os autores da pesquisa, acrescentando que um estudo da Career Builder revela que 57% dos empregadores hesitam em entrevistar candidatos que não tenham presença na internet, e 70% usam as redes sociais para filtrar candidatos. “Portanto, é melhor assegurar-se que está bem representado no mundo virtual. Ou seja, que as conclusões que alguém tirará sobre si são coincidentes com o que quer fazer passar”, assinala o estudo, aconselhando que o melhor mesmo é criar um perfil que realce os seus pontos fortes e experiência, afirmando-o como especialista na sua área. Torne-se visível. Faça com que reparem em si. Foi esquecido nas promoções e nos aumentos salariais? Talvez não tenha conseguido mostrar ao seu chefe tudo o que fez e os bons resultados. Pode ser útil manter um registo das suas responsabilidades, projectos que correram bem, objectivos que foram atingidos para que, quando chegar a hora da avaliação, esteja preparado. Não presuma que a sua chefia saiba tudo aquilo que alcançou. Mostre interesse em participar em projectos importantes, que muito provavelmente serão acompanhados de perto pelo chefe. Fará com que reparem em si.

Networking é fundamental

De acordo com a mesma pesquisa, criar e cultivar contactos na empresa e no sector onde trabalha é fundamental se quiser avançar. “Seja membro de associações profissionais, câmaras de comércio, participe nos eventos e assuntos que interessam na sua área profissional. Quanto mais pessoas conhecer, mais oportunidades de trabalho surgirão”.

Comunique como o seu chefe

Há estudos que mostram que, quando alguém contrata, tende a escolher pessoas com os mesmos interesses e comportamentos. “Assumir um estilo de comunicação próximo do seu chefe pode dar bons resultados”, considera a pesquisa. Mas aconselha, no entanto, que não se vá demasiado longe, “porque se for muito diferente do seu, soará a falso”.

Seja amigável

Seja simpático com todos, mas deixe as amizades para outras ocasiões, aconselham os autores do estudo. “Se conseguir progredir na carreira e vier a tornar-se chefe de algum amigo, criará uma situação desconfortável. Já pensou como seria se tivesse de decidir o salário de um amigo?”, Questiona o estudo, acrescentando que, “além disso, os que não beneficiarem da sua amizade podem achar que serão prejudicados”.

Trabalhe em equipa

Pode parecer um cliché, mas é mesmo fundamental. “Se passar o tempo no seu canto, não espere chegar muito longe. Esteja atento ao que se passa à sua volta. Identifique problemas e proponha soluções. Partilhe-as com os outros”, assinala o estudo, sugerindo ainda que ajude, sempre que for preciso. “As empresas procuram pessoas dispostas a sair da sua zona de conforto e a aprender coisas novas.” Vista-se como aqueles acima de si Se tem o objectivo de progredir, veja como se vestem os que estão na posição que gostava de ocupar, sugere o estudo. “Nunca vê o seu director de jeans? Faça o mesmo. De uma forma geral, vista-se de acordo com o seu ambiente laboral. Se trabalhar num banco, se calhar terá de usar fato e gravata, mas se tiver um emprego nas indústrias criativas, é provável que deva vestir-se de forma mais informal. Seja qual for a regra, imprescindível é estar limpo. As nódoas são proibidas!”

Seja resiliente

Não se deixe vencer pelas contrariedades, sejam elas de que natureza forem. “Esforce-se por ultrapassar obstáculos e não ceda à pressão. Mesmo quando o ambiente à sua volta é negativo, mantenha-se positivo e pronto a agir”, sugerem ainda os autores do estudo.

Centenas de mulheres manifestaram-se na noite de domingo (12), no "'centro" de Hollywood, na Califórnia, EUA, para chamar a atenção sobre os recentes casos de assédio e abuso sexual que envolveu figuras da indústria cinematográfica, noticiou a Lusa.

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Com t-shirts com mensagens como "Me too" ("Eu também"), a etiqueta que centenas de vítimas têm utilizado nas redes sociais para tornar públicas as suas histórias, as mulheres concentraram-se perto da entrada do teatro Dolby que acolhe anualmente a cerimónia dos Óscares. "Não nos vamos calar! As denúncias em Hollywood deram a oportunidade para nós, latino-americanas, também denunciarmos o abuso e assédio. De que estamos à espera?", afirmou a jornalista e apresentadora de televisão Karla Amezola, que participou na iniciativa, à agência de notícias espanhola Efe.

Os movimentos ‘The Take Back the Workplace’ e ‘#MeToo Survivors’ juntaram forças e atrairam para a marcha entre 200 e 300 participantes, de todas as idades, segundo os organizadores que reconhecem, porém, ser "difícil" fazer uma estimativa face às multidões que normalmente circulam pela Hollywood Boulevard.

A iniciativa realiza-se na sequência da polémica desencadeada com o escândalo a volta do influente produtor Harvey Weinstein, denunciado por dezenas de mulheres em diferentes casos de assédio e abuso sexual, ao qual se seguiram acusações semelhantes que visam outras figuras de Hollywood como os actores Kevin Spacey, Dustin Hoffman, Louis C.K. e Ed Westwick ou os realizadores Brett Ratner e James Toback.

Nas vésperas da marcha, a revista Time publicou uma carta de solidariedade subscrita por aproximadamente 700 mil trabalhadoras latino-americanas do sector agrícola que afirmam estar ao lado dos "corajosos homens e mulheres de Hollywood que vieram público partilhar as suas experiências de assédio e agressão sexual depois do escândalo de Harvey Weinstein". "Gostaríamos de dizer que ficamos chocadas por saber que este é um problema tão disseminado na vossa indústria.

Infelizmente, não estamos surpreendidas porque é uma realidade que conhecemos muito bem. Inúmeras trabalhadoras agrícolas em todo o país sofrem em silêncio por causa do assédio e abuso sexual generalizado que enfrentam no trabalho", lê-se na missiva. E acrescenta: "Nós não trabalhamos sob os holofotes ou no grande ecrã. Trabalhamos nas sombras da sociedade em campos e armazéns isolados fora do alcance do olhar e do pensamento da maioria das pessoas neste país".

A carta, assinada pela Aliança Nacional de Campesinas, organização formada por antigas e actuais trabalhadoras agrícolas a par de mulheres que são provenientes de famílias do campo, destaca ainda que, não obstante os ambientes muito diferentes de trabalho, existe uma experiência comum.

"Apesar de trabalharmos em ambientes muito diferentes, partilhamos a experiência comum de sermos atacadas por indivíduos que têm o poder de contratar, despedir, colocar numa "lista negra" e ainda de ameaçar a nossa segurança económica, física e emocional", lê-se na mesma missiva, e apontou que, perante isso, denunciar qualquer tipo de dano ou injustiça não parece uma opção viável.

"Apresentar queixa sobre qualquer coisa - mesmo de assédio sexual - parece impensável porque há muita coisa em jogo, incluindo a capacidade de alimentarmos as nossas famílias e de preservar as nossas reputações".

"Nestes momentos de desespero, e enquanto lidam com o escrutínio e a crítica porque corajosamente escolheram falar contra os angustiantes actos que foram cometidos contra vocês, saibam que não estão sozinhos. Acreditamos em vocês e estamos ao vosso lado", diz a missiva.