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Valor Económico

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CRISE ECONÓMICA. Chefe de Estado brasileiro nega cenário de crise no seu país, mas reconhece que crise política, decorrente das investigações da operação anti-corrupção Lava Jato, tem afectado o ambiente.

 

O Presidente brasileiro, Michel Temer, rejeitou, na semana passada, que o Brasil esteja a atravessar uma crise económica e defendeu que a crise política não afecta o desempenho da economia, refere a agência Lusa. “Não existe crise económica no Brasil. Estamos a crescer no emprego, na indústria e no agronegócio.

Lá [no Brasil] não existe crise económica”, afirmou o chefe de Estado brasileiro, em Hamburgo, citado pelo jornal brasileiro O Globo. Temer participou na cimeira do G20 - grupo dos 20 países mais industrializados, que decorreu até sábado naquela cidade alemã.

A economia brasileira está no patamar de 2010. A taxa de desemprego situou-se nos 13,3% no trimestre encerrado em Maio, afectando 13,8 milhões de pessoas, a taxa mais elevada para este semestre desde 2012. Já a produção industrial, em 12 meses, recua 2,4%.

O Produto Interno Bruto (PIB) teve uma subida de 1% no primeiro trimestre deste ano, em comparação aos últimos três meses de 2016, mas influenciado, principalmente, pelo bom desempenho da agropecuária. Em comparação ao primeiro trimestre de 2016, o PIB caiu 0,4%.

Questionado se a crise política não atrapalharia a retoma do crescimento económico do país, Temer apenas disse “não”, fazendo um sinal negativo com o dedo indicador da mão. Segundo a Lusa, o Presidente justificou a viagem a Hamburgo, que tinha cancelado na semana passada.

“Haverá a reunião dos BRIC [grupo que reúne o Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], onde vamos discutir naturalmente o desenvolvimento desta aliança entre os cinco países e, de alguma maneira, participar nesta grande reunião, que é o G20, onde alguns temas fundamentais para os membros do grupo serão debatidos, entre eles o meio ambiente”, disse.

O ministro da Fazenda (Finanças), Henrique Meirelles, negou que o país esteja numa situação de “ingovernabilidade” – expressão utilizada pelo presidente do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) -, mas reconheceu alguma influência da crise política no desempenho da economia.

O ministro destacou, no entanto, a recuperação económica. “Existe, sim, uma certa diminuição do nível de confiança, mas num terreno positivo. Estamos bastante focados na agenda económica”, disse, citado pelo mesmo jornal. “A economia vai bem, que é o aspecto mais relevante.

O mercado tem mantido uma relativa estabilidade, e, do nosso ponto de vista, também continuamos com alguns ajustes de cronograma, trabalhando com os deputados, tendo em vista a aprovação das reformas”, disse. Segundo o governante brasileiro, a reforma do mercado laboral está a avançar e a reforma da Previdência (Segurança Social) deverá ser discutida no segundo semestre.”

Questionado se poderia continuar como ministro da Fazenda num novo governo, no caso da destituição de Temer, disse apenas: “Não trabalho por hipóteses”.

Sobre a mensagem que vai transmitir aos restantes países em Hamburgo, a propósito da crise política brasileira, Meirelles explicou que irá garantir que “o país prossegue com as instituições funcionando bem, dentro da Constituição e das normas vigentes”.

Em breve, a Câmara dos Deputados vai tomar uma decisão sobre a denúncia de Temer, referiu, acrescentando que a expectativa do Governo é que “não seja aceite”. “O mais importante, do ponto de vista dos ministros de Economia, é que a economia funciona bem e está a dar mostras de resiliência e de força neste período de alguma incerteza”, declarou.

O presidente da Assembleia Nacional (AN), Fernando da Piedade Dias dos Santos, preside à 41.ª sessão da assembleia plenária do Fórum Parlamentar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), na segunda-feira (10), em Seychelles, sob o tema ‘Aproveitamento do dividendo demográfico através de investimentos na juventude’.

 

Angola preside, desde Novembro de 2016, ao Fórum Parlamentar da SADC, para um mandato rotativo de dois anos.

Este órgão tem a missão de assegurar a integração regional, melhorar o fluxo de contribuições dos Estados-membros e acelerar o processo de transformação do fórum. Integram a delegação angolana ao encontro os deputados Lukamba Paulo Gato, Maria do Carmo, Faustina Inglês e o secretário-geral do Parlamento, Pedro Agostinho de Nery.

O ministro da Defesa Nacional, João Lourenço, é portador da mensagem do chefe de Estado, José Eduardo dos Santos, ao seu homólogo francês, Emmanuel Macron, no quadro do reforço da cooperação bilateral.

 

João Lourenço, que chega hoje (9) a Paris para uma visita oficial de trabalho, segue, depois, na segunda-feira (10), para Roma, capital da Itália, onde deverá também proceder à entrega uma mensagem de José Eduardo dos Santos ao seu homólogo Paulo Gentiloni.

Depois dos testes da primeira turbina e de elevação da rotação, previstos para hoje (9), a barragem de Laúca inicia a geração de energia comercial, a partir do dia 21 deste mês, visando o reforço da capacidade energética do país.

 

Segundo o director do projecto Laúca, Elias Estevão, que falava à Angop, os referidos testes visam “avaliar o comportamento da turbina e a velocidade prevista de duzentas rotações por minuto, numa altura em que já decorre a inspecção geral do sistema, a fim de se dar início, a 12 deste mês, do escoamento de energia da barragem para a rede nacional e, posteriormente, a 21 deste mês, entrar em funcionamento pleno para a produção comercial de energia.

De acordo com o gestor, todos esses trabalhos são ainda experimentais, para definir o estado operacional do gerador, do transformador e da subestação, até garantir a distribuição da energia eléctrica definitiva. Elias Estevão disse que essas operações poderão eventualmente “criar transtornos no fornecimento actual de energia, consubstanciados em cortes e restrições, até se consumar a estabilidade de todo o sistema”, que alimentará Malanje, Kwanza-Norte, Luanda, Kwanza-Sul, Uíge, Zaire e Bengo.

Explicou que, em função do alcance da cota de mais de 810 metros de altura da albufeira, se prevê produzir, pelo menos, 85% da capacidade nominal da primeira turbina, corresponde entre 290 e 300 megawatts de energia. As obras de construção da barragem hidroeléctrica de Laúca iniciaram em 2012 e têm o termino previsto para 2018, com a produção de 2.070 megawatts, após a entrada em funcionamento das sete turbinas.

O centro histórico da cidade de Mbanza Congo foi declarado ontem (sábado), por unanimidade, como património mundial pela Comissão de Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). Mbanza Congo foi candidatada pelo Governo a Património Cultural da Unesco e é a primeira a ser validada, em Angola, por aquela Organização da ONU.

 

A decisão foi tomada durante a 41.ª sessão daquela comissão, reunida em Cracóvia, na Polónia. O projecto ‘Mbanza Congo, cidade a desenterrar para preservar’, que tinha como principal propósito a inscrição da capital do antigo Reino do Congo, fundado no século XIII, na lista do património da Unesco, foi oficialmente lançado em 2007.

O centro histórico de Mbanza Congo, no Zaire, está classificado como património cultural nacional desde 10 de Junho de 2013, um pressuposto indispensável para a sua inscrição na lista de património mundial. A candidatura de Angola destacava que o Reino do Congo estava perfeitamente organizado aquando da chegada dos portugueses, no século XV, uma das mais avançadas em África à data.

A área classificada envolve um conjunto cujos limites abrangem uma colina a 570 metros de altitude e que se estende por seis corredores. Inclui ruínas e espaços, entretanto alvo de escavações e estudos arqueológicos, que envolveram especialistas nacionais e estrangeiros.

Os trabalhos arqueológicos realizados no local envolveram a medição da fundação de pedras descobertas no local denominado ‘Tadi dia Bukukua’, supostamente o antigo palácio real. Passaram igualmente pelo levantamento da missão católica, da casa do secretário do rei, do túmulo da Dona Mpolo (mãe do rei Dom Afonso I, enterrada com vida por desobediência às leis da corte) e do cemitério dos reis do antigo Reino do Congo.

Dividido em seis províncias que ocupavam parte das actuais República Democrática do Congo, República do Congo, Angola e Gabão, o Reino do Congo dispunha de 12 igrejas, conventos, escolas, palácios e residências.

O relatório votado recomenda igualmente a colaboração com outros países na identificação de outros locais e pontos do interesse do antigo Reino do Congo e da rota dos escravos de África para a América, "com potencial" para ser inscrito na lista de património mundial.